Maria Rosangela está realizada como educadora: “Conseguir empolgar os estudantes, cativá-los e envolvê-los, mediar esse processo é fascinante”

Professora da rede municipal de ensino de Florianópolis, Maria Rosangela Bez tem graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Mas o despertar para o mundo acadêmico só veio a partir do falecimento do esposo.

De forma autodidata, mergulhou na área tecnológica, aprendendo sobre o uso do computador e das possibilidades de renda. Com os conhecimentos básicos adquiridos, teve a ideia de fazer cartões de Natal personalizados. Conseguiu comprar o próprio computador, pois o que tinha era emprestado. Em pouco tempo, tornou-se digitadora e passou a formatar trabalhos acadêmicos.

Foi assim que, aos 41 anos, formou-se no ensino superior em Licenciatura da Computação. Motivo: “eu teria a oportunidade de mostrar para as crianças uma forma encantadora de aprender com uso de recursos tecnológicos”.

Após um semestre do início da graduação, passou a lecionar em uma escola particular para alunos do 1º ao 3º ano do ensino fundamental. “Foi uma experiência apaixonante, fiquei totalmente encantada com o magistério”.

Desde então está envolvida com o meio educacional. Aos 46 anos, concluiu o mestrado em Educação e aos 50, conquistou o título de doutora em Informática na Educação. No ano de 2018, foi a vez de realizar o pós-doutorado em um Programa em Diversidade Cultural e Inclusão Social.

Veio para a rede

A gaúcha de Novo Hamburgo começou a trabalhar na Escola Básica Municipal Antônio Paschoal Apóstolo (Rio Vermelho) em 2020. Com a chegada da pandemia, no entanto, houve pouco tempo de aulas presenciais.

Para as aulas online, que seriam armazenadas no recém-criado Portal Educacional da Secretaria Municipal de Educação (SME), ministrou um curso de formação continuada para os professores da unidade educativa que contemplasse o uso técnico e desenvolvimento de atividades pedagógicas utilizando variados recursos tecnológicos gratuitos.

Auxiliou também o Departamento de Tecnologia Educacional da SME, num outro curso semelhante, aberto para toda rede de ensino da Prefeitura.

Em 2021, com as aulas semipresenciais, realizou um trabalho em conjunto com professores regentes de 1º ao 4º anos da EBM Antônio Paschoal Apóstolo. O foco foi no letramento e alfabetização dos estudantes, com uso de recursos tecnológicos na sala informatizada. Igualmente desenvolveu um projeto em conjunto com o professor do laboratório de ciências sobre o meio ambiente.

Neste ano, na Escola Municipal Maria Conceição Nunes, também localizada no Rio Vermelho, concebeu a elaboração de pesquisas, murais virtuais, vídeos, artigos de opinião, uso do e-mail institucional e drive do Google.

Explorar, criar e compartilhar

Com o kit de robótica distribuído pela Secretaria Municipal de Educação, Rosangela passou por uma experiência incrível. “Ver o brilho nos olhos da garotada, a empolgação por aprender, foi maravilhoso”.

A robótica foi implementada dentro da metodologia: explorar, criar e compartilhar. Todos os protótipos (robôs) foram desenvolvidos de acordo com os temas e conteúdos que estavam sendo trabalhados em sala de aula.

O “simulador astronômico” mostrava o movimento de rotação e translação da terra, enquanto que no “caixa eletrônico” foi programado o reconhecimento digital e simulações de saque de diversos valores. “Foi uma festa quando o caixa eletrônico reconheceu a digital das crianças e elas viram o dinheirinho saindo do robô”.

Maria Rosangela, hoje com 58 anos, sente-se realizada como educadora. “Conseguir empolgar os estudantes, cativá-los e envolvê-los para que avancem em seu desenvolvimento, mediar esse processo é fascinante”.

Desde o início de outubro, a professora integra a equipe do Departamento de Tecnologias Educacionais. “Percebo que na rede municipal muitos recursos são disponibilizados. Tenho um desafio nas formações: empolgar os professores para uso dos recursos tecnológicos em atividades pedagógicas com suas turmas”.

Fonte: Assessoria de Imprensa / PMF