As chuvas intensas que caem sobre o litoral catarinense nos últimos dias foram a pauta no Plenário da Assembleia Legislativa. Durante a sessão da manhã desta quinta-feira (1º), parlamentares expressaram solidariedade com as vítimas e citaram preocupação com as causas da repetição de desastres climáticos em Santa Catarina e o encaminhamento, por parte do Parlamento, de recursos para a Defesa Civil do Estado.

Primeiro a se manifestar, o deputado Neodi Saretta (PT) prestou solidariedade às vítimas das intensas chuvas dos últimos dias, que causaram estragos e transtornos. Ele lembrou também da interdição da BR-376 na divisa entre Santa Catarina e Paraná, provocada por um deslizamento de terra, causando vítimas, “onde ainda está sendo o feito o trabalho de buscas das pessoas que estão soterradas e desaparecidas.”

Saretta citou também as chuvas intensas na Grande Florianópolis na noite anterior. “Na região de Palhoça, muitas pessoas estão desabrigadas e desalojadas. Há casas que foram inundadas e ruas alagadas. Sei que a Defesa Civil Estadual está olhando isso, mas deixamos aqui nosso pedido para que sejam feitos todos os esforços possíveis por parte do governo do Estado, por meio da Defesa Civil e junto com os municípios, para atender as vítimas.”

Logo em seguida, o deputado Padre Baldissera (PT) destacou que a Alesc fez um “gesto muito importante” ao disponibilizar R$ 5 milhões diretamente à Defesa Civil do Estado para atender as vítimas destes acontecimentos. Primeiro vice-presidente da Casa, o deputado Maurício Eskudlark (PL) explicou que na reunião da Mesa Diretora do Parlamento realizada na tarde da última quarta-feira, ficou definido o repasse dentro da devolução de recursos que anualmente a Alesc faz para o governo estadual. “Vai para a Defesa Civil atuar na situação de emergência que Santa Catarina está enfrentando”, confirmou.

Baldissera também alertou que os fenômenos climáticos mais intensos devem continuar ocorrendo. “Vão se agravar cada vez mais, principalmente no nosso estado. Muita chuva, muita estiagem. Estamos sujeitos a conviver com esta triste realidade. Vivemos o momento do aquecimento global e isso, com toda a certeza, traz mudanças drásticas. Temos que estar atentos e, ao mesmo tempo, nos desafiando a construir ações políticas que possam amenizar estes fenômenos. Tudo isso é consequência do comportamento humano. Temos que rever a relação com o ambiente e o planeta”, comentou.

O assunto teve continuidade durante a fala do deputado Kennedy Nunes (PTB). Ele lamentou que não tenha evoluído uma proposta de sua autoria, apresentada em 2009, sobre a necessidade de criação de um fundo para atendimento às catástrofes. “Nós dependemos de ações como a tomada, pela Mesa Diretora da Alesc, de recursos para a Defesa Civil visando atender emergências.”

Nunes apontou que no momento são emergenciais as situações nas regiões da Grande Florianópolis, de Joinville e de Jaraguá do Sul. Afirmou ainda que é necessária a “salvaguarda das pessoas que, porventura, ficarem sem casa”, além de ações de reparos por causa das quedas de barreiras e muros. “Não podemos esperar que aconteça um fato para que só aí a gente possa remediar ou fazer o atendimento. A grande importância que tem na Defesa Civil é a previsão, é a mitigação dos problemas”, argumentou.

Por fim, o deputado sugeriu que seja incluída na grade curricular da rede estadual de ensino uma disciplina que oriente os estudantes sobre práticas emergenciais durante situações de desastres naturais.

Alessandro Bonassoli
AGÊNCIA AL