Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que parceiro asiático vê na América do Sul oportunidade de plataforma para venda e exportação de seus produtos.
Em conversa com jornalistas, após a agenda oficial da comitiva brasileira na China, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contou que, em reuniões com empresários e com o governo, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, colocou à sua equipe o desafio de intensificar estudos de viabilidade para o Brasil se reindustrializar em parceria com o capital chinês.
“Eu gostaria de dar muita ênfase a esse desafio que o presidente colocou em todas as reuniões com as empresas e com o próprio governo, de intensificarmos estudos de viabilidade de reindustrializar o Brasil em parceria com o capital chinês, que é disponível e que vê na América do Sul uma oportunidade de criar ali uma plataforma de seus produtos, tanto para a venda local como para exportação”, declarou.
De acordo com Haddad, o processo de reindustrialização combinado com a preservação do meio ambiente pode criar grande sinergia entre os países, já que a China sofre grande pressão internacional por causa da emissão de carbono decorrente do seu ritmo de crescimento.
O ministro da Fazenda destacou que o Brasil está fazendo um esforço de aproximação com todos os países do mundo e quer restabelecer as melhores relações com Estados Unidos, União Europeia e China. Segundo ele, a ideia é fortalecer o Mercosul e a América do Sul, para que, em bloco, a região negocie acordos melhores com seus parceiros.
“Temos que vencer a etapa anterior de isolamento do Brasil. Tudo que a área econômica quer, com patrocínio do presidente e o braço diplomático do Ministério das Relações Exteriores, é voltar à mesa. A intenção é aprofundar parcerias”, disse, acrescentando que o Brasil vai convidar o mundo a participar de projetos de PPP que serão lançados em breve.
Na viagem, o governo brasileiro assinou 15 acordos de cooperação com o governo chinês, em diferentes áreas, como energias renováveis, inovação, pesquisa e tecnologia, indústria automotiva, agronegócio, linhas de crédito verde, tecnologia da informação, saúde, infraestrutura, comércio e comunicação. Os dois países também emitiram comunicados comuns sobre combate às mudanças climáticas e sobre o aprofundamento da parceria estratégica global entre as duas nações.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2022, a China importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país, em 2004.
Fonte: Comunicação MF