O Senado lançou na última quarta-feira (28) a nova edição do Guia de inclusão e diversidade LGBTQIA+. Em cerimônia realizada na Biblioteca da Casa, Simmy Larrat, secretária Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, do Ministério dos Direitos Humanos, destacou o empenho do Senado no debate sobre a equidade na administração pública.
— Esta data tem a mensagem mais potente possível, devolvendo ao ódio, ao preconceito, uma mensagem de que amamos existir como existimos. […] Esperam que desistamos e só choremos. Nós vamos amar, resistir, vamos dar pinta. Quando fazemos isso, fazemos o ódio ter ódio de si mesmo. E é isso que guias [de inclusão] como esse fazem. Eles reforçam nossa existência, que é tão perseguida — pontuou, no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) enviou uma mensagem para o lançamento do guia de inclusão: “Somos os seus médicos, advogados, políticos. […] Nós cuidamos de vocês, amamos vocês. Nos deixem viver com dignidade”. A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, afirmou que o Parlamento deve estar aberto a políticas públicas voltados aos grupos vulneráveis.
— O lançamento desse guia é mais um passo para termos orgulho de onde trabalhamos. Quando falo todos e todes, falo de mulheres, negros, pessoas com deficiência, me refiro a quem sofre gordofobia, falo de qualquer grupo que precise de um olhar diferenciado. Cada um vai ter da administração a atenção que precisa e merece. O Senado representa todos os cidadãos. Então não faz sentido não incluir [as minorias] — afirmou.
Membro do Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça do Senado, Thomás Côrtes, da Assessoria de Comunicação da Diretoria Geral do Senado, foi o responsável pelo projeto gráfico do guia de inclusão. Para ele, esse é mais um passo para tornar a administração pública “mais amigável”.
— Nunca antes uma publicação desse gênero pôde ser apresentada aqui em uma data tão especial. Tive total liberdade para criar e produzir um material leve e moderno — disse.
Responsável pela música do evento, a cantora brasiliense Flor Furacão compartilhou, entre uma faixa e outra, um pouco da própria história de vida. Travesti desde os 17 anos, foi expulsa de casa e viveu em situação de rua. Com talento musical, conseguiu se reencontrar por meio das canções.
— Meu apelo é esse: para que a sociedade nos deixe caminhar. A palavra que eu gostaria de incutir em vocês é responsabilização. Se incomodem com o que está de errado ao redor de vocês — declarou.
Também participaram do evento ativista social Pedro Matias, voluntário da ONG Casa Rosa, que acolhe pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade, e a assistente social Mirela Martins Oliveira. Eles ressaltaram a importância da parceria com o Comitê pela Promoção da Igualdade do Senado.
De acordo com o Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil, em 2022 pelo menos 228 pessoas LGBTQIA+ foram assassinadas em razão de sua orientação sexual. Houve ainda 30 suicídios e 15 falecimentos por causas diversas, totalizando 273 mortes violentas. Desse total, quase 60% eram travestis e mulheres transgênero.
Fonte: Agência Senado