Nisia Trindade também suscitou necessidade urgente de avanços para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Brasil assume a presidência do bloco em dezembro.
Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o sucesso no enfrentamento de futuras pandemias vai depender do nível de interação entre os países e da capacidade de eles se integrarem para aumentar a resiliência dos sistemas nacionais de saúde. A afirmação foi feita na últiima sexta-feira (18), primeiro dia da Reunião de Ministros da Saúde do Grupo dos 20 (G20), que acontece em Gandhinagar, na Índia.
O evento marca o começo da transição da presidência do grupo da Índia para o Brasil e a retomada do protagonismo brasileiro nos debates que envolvem questões globais de saúde.
“A pandemia de Covid-19 expôs nossas vulnerabilidades e provocou discussões no mais alto nível sobre maneiras de melhorar a arquitetura internacional e aumentar a resiliência de nossos sistemas nacionais de saúde, incluindo produção e inovação”, destacou a ministra. “Capacidade de vigilância e mecanismos de recuperação, força de trabalho de saúde treinada e produção local e regional de produtos de saúde, são a base para a prevenção, preparação e resposta a emergências sanitárias”, acrescentou.
A ministra aproveitou o encontro para enfatizar a necessidade de fortalecimento das capacidades nacionais de vigilância e resposta à resistência antimicrobiana, além da importância de garantir a produção, o fornecimento e o acesso universal a produtos de baixo custo.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) também foram abordados durante a reunião. As ODSs são um pacto global assinado durante a Cúpula das Nações Unidas em 2015, composto por 17 objetivos interconectados. “Precisamos de um impulso concreto e eficaz para alcançar nossas metas, um que possa ser sustentado nos próximos anos, ou nossas palavras se revelarão vazias, para decepção legítima de nossos povos”, disse a ministra.
Saúde indígena
Nesta sexta (18), a ministra também participou de cúpula para debater a medicina tradicional. Na oportunidade, mencionou a Resolução sobre a Saúde dos Povos Indígenas, proposta pelo Brasil e adotada por consenso na última Assembleia Mundial da Saúde. “A resolução incentiva os países a desenvolverem planos nacionais que incluam a exploração de maneiras apropriadas de integrar serviços de medicina tradicional e complementar nos sistemas de saúde”, disse.
Atualmente, 170 Estados-Membros comunicaram à Organização Mundial de Saúde (OMS) a utilização da Medicina Tradicional e solicitaram provas e dados para informar políticas, normas e regulamentação para a sua utilização segura, rentável e equitativa.
Agenda no G20
A segunda parte da Reunião de Ministros da Saúde do G20 continua neste sábado (19). Além de encontros bilaterais, estão previstos debates sobre o fortalecimento da cooperação no setor farmacêutico, com foco na disponibilidade e acesso a contramedidas médicas seguras, e modelos de inovação e transformação digital dos países, oportunidade em que será lançada a Iniciativa Global de Saúde Digital.
O G20 reúne chefes de estados, ministros e autoridades da África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia.
Nathan Victor
Ministério da Saúde