Foto: Divulgação / TJSC

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e a Prefeitura de Florianópolis firmaram na tarde desta quarta-feira (30/8) termo de cooperação técnica para a realização de ações conjuntas de enfrentamento da violência contra as mulheres. Na cerimônia também foi lançado o Projeto Espelhos: grupos reflexivos para mulheres em situação de violência doméstica.

A solenidade foi realizada no auditório Desembargadora Thereza Grisólia Tang, na sede do TJSC, com a presença do prefeito municipal, Topázio Neto, e do desembargador João Henrique Blasi, presidente do TJSC. A ação fecha o Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres.

O termo de cooperação técnica representa a união de esforços entre Prefeitura e Tribunal em prol da segurança e acolhimento das mulheres em situação de violência. A princípio, dois projetos estão sendo implementados.

O primeiro é o Projeto Ágora, que forma grupos de conversa para homens autores de violência doméstica, realizado pelo TJ, Juizado de Violência contra as Mulheres da Capital e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Neste ano, os grupos passaram a contar com o apoio da Prefeitura de Florianópolis, em especial da Secretaria de Segurança Pública, de modo que os grupos reflexivos estão se reunindo no auditório da Guarda Municipal.

O segundo é o Projeto Espelhos, de rodas de conversas entre mulheres que sofreram algum tipo de agressão. Além disso, a partir da cerimônia de hoje mais ações e planos poderão ser planejados pelos órgãos. Pensado de maneira interinstitucional, ele visa promover espaço de acolhimento, reflexões, diálogo, escuta e compartilhamento de aprendizagens, por meio de grupos mediados pela equipe de Psicologia da UFSC, em parceria com o TJ  e a Prefeitura.

Na cerimônia, as linhas básicas do Projeto Espelhos foram apresentadas pela professora doutora Andréia Isabel Giacomozzi, do Departamento de Psicologia e Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSC/Laboratório LACCOS.

Depoimentos

“Há muitos anos estamos enfrentando essa questão, diuturnamente, para que as mulheres que sofrem violência tenham um lugar ao sol. Temos certeza que, mais dia, menos dia, não teremos mais necessidade de estar aqui discutindo essa questão. Viveremos num país de paz, onde homens e mulheres serão iguais, e vamos comemorar muito essa conquista.”
Desembargadora aposentada Salete Sommariva, coordenadora honorária da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID)

“É um momento importante, pois estamos tornando esses programas mais sustentáveis e perenes. O importante é que aqui tratamos de pessoas conectando pessoas para ampliar o alcance desses projetos, com o apoio de instituições que fazem um trabalho de excelência há décadas.”
Giovana Ribeiro, médica, representando o Movimento Vida Mulher

“É mais uma tecnologia, mais um método para a gente tentar fazer com que a mulher se empodere. Quem sabe a gente alcance a sustentabilidade do ponto de vista financeiro para a mulher vítima de violência, com programas de recapacitação, para que ela possa se libertar da prisão que é a dependência econômica de um parceiro violento.”
Topázio Neto, prefeito de Florianópolis

“Aqui no Poder Judiciário não há espaço para a omissão. Temos que ousar e criar mecanismos como estes para tentar ao máximo possível mitigar os efeitos deletérios dessa chaga social que é a violência contra a mulher. Com cada um de nós dando um pouco de si nessa parceria interinstitucional, vamos conseguir avançar nesse combate.”
Desembargador João Henrique Blasi, presidente do TJSC.

Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI