Com apenas 13 anos, o “cearense-carioca” Caio Temponi foi aprovado em primeiro lugar no curso de direito da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), tornando-se o mais novo estudante no país a ser aprovado em uma universidade federal.
Caio recebeu a notícia na última terça-feira (22), quando o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou os resultados da primeira chamada regular do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para o primeiro semestre de 2022. É por meio desse sistema que os estudantes que realizaram o Enem tentam ingressar nas universidades federais do país.
Em entrevista ao Correio, a mãe de Caio, Laurismara Temponi, 40, conta que, desde quando o filho tinha cinco anos, ela e o marido perceberam que o garoto apresentava um desenvolvimento mais avançado, o que foi comprovado depois de algumas avaliações neuropsicológicas. Depois disso, o garoto foi avançando de séries gradativamente, pulando o 1º, 3º e o 8º ano, até que chegou ao 1º ano do ensino médio com 13 anos de idade, e assim pôde realizar o Enem como treineiro, almejando ser aprovado em direito. “Desde os 6, 7 anos, ele falava que queria ser juiz federal”, conta a mãe.
Caio é natural de Três Rios (RJ), onde morou até os 8 anos. Aos 9, ele e sua família se mudaram para Juiz de Fora (MG), por conta de uma bolsa de estudos conquistada e para se preparar para as olimpíadas de matemática. Em Minas Gerais, Caio se destacou nas competições e ostenta hoje sete medalhas em seu quadro de conquistas. Ele ganhou o Concurso Canguru de Matemática duas vezes e a Olimpíada Mineira de Matemática (OMM) em todos os três níveis. Além disso, ficou com medalha de prata na Olimpíada Paulista de Matemática (OPM), onde participou como convidado.
Aos 11 anos, Caio recebeu uma proposta para estudar em uma das escolas mais renomadas do Brasil, o Colégio Farias Brito, em Fortaleza. Aceitando a proposta, ele e a família se mudaram para a capital cearense. Na nova escola, ele contou com uma preparação ainda maior para as olimpíadas, tanto as nacionais quanto as internacionais. Ganhou medalhas de prata e ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e uma menção honrosa na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). Fora do Brasil, ele também fez história, gabaritou a prova da OMOP, competição que junta estudantes de países de língua portuguesa e espanhola, e colocou o Brasil no topo na olimpíada internacional de Mayo, disputando com alunos de outros 11 países.
Caio fez seu primeiro Enem no ano passado e conta que a prova foi cansativa: “Eu ainda não tinha me acostumado a esse estilo de prova, mas eu fiquei calmo, pois estava acostumado a estudar bastante”, diz. Ele conta, ainda, que integrou uma turma preparatória para a prova do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o que despertou-lhe maior interesse em ciências exatas e da natureza. Embora as provas do Enem e do ITA sejam bastante distintas, prossegue Caio, esse período colaborou para que ele se saísse melhor nessas áreas, tanto que ele só errou uma das 45 questões de matemática no exame.