O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou nesta sexta-feira, 12 de abril, da cerimônia de inauguração da nova sede da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo (SP). Na ocasião, Lula celebrou os investimentos anunciados pela indústria automotiva no país, que alcançam o recorde de R$ 125 bilhões até 2033.
“Eu duvido que nessa sala aqui, que na USP, que na Unicamp, que na Universidade Federal de São Bernardo ou lá no Vaticano, tivesse alguém que, dois anos atrás, imaginava que a indústria automobilística iria anunciar a decisão de ter R$ 125 bilhões de investimentos até 2033. Aconteceu alguma coisa, e essa coisa é que as indústrias passaram a ter confiança no Brasil”, afirmou o presidente durante o evento.
Lula destacou o compromisso do Governo Federal com a inovação e a geração de emprego e renda para a população. “Nós temos um compromisso com tecnologia nova, com inovação, com geração de emprego, com aumento da massa salarial, portanto, com a venda de mais produtos e com a venda de mais exportação, porque nós precisamos aprender a ser grande e ir lá fora vender os nossos produtos”, disse.
O presidente relembrou também a longa relação que tem com a Anfavea e o desejo de manter proximidade com a indústria automobilística, a qual vem impulsionando por meio de políticas públicas. “Quero que a gente se encontre todo ano, porque toda vez que eu me encontrar com vocês quero dizer: valeu a pena vocês voltarem a acreditar no Brasil, e valeu a pena o Brasil voltar a acreditar na indústria automobilística. E, aí, nós estaremos fazendo o casamento perfeito e quem ganha com isso é o povo brasileiro”, expressou.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ressaltou que a indústria faz toda a diferença na melhoria da renda dos brasileiros e na diminuição de desigualdades. “Por isso, foi lançada a Nova Indústria Brasil, uma indústria inovadora, com TR [Taxa Referencial] para pesquisa e desenvolvimento e inovação. É menos que a inflação, é 4% ao ano, são R$ 60 bilhões entre BNDES, Embrapii e Finep”, explicou.
Por sua vez, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontou que um dos desafios da reforma tributária é melhorar as condições para os atuantes no setor industrial brasileiro. “Nós queremos produzir mais, produzir mais barato, produzir melhor, exportar muito, desonerando investimentos, desonerando exportações, fazendo com que os produtos industriais tenham uma alíquota de imposto de valor agregado menor“, disse.
Haddad também afirmou que o Governo Federal vai enviar ao Congresso Nacional uma proposta de regulamentação da reforma tributária e fez um pedido ao setor: “É muito importante que a indústria como um todo esteja muito atenta a essa regulamentação para que essa reforma não seja desvirtuada”.
INVESTIMENTO RECORDE — Com os recentes aportes anunciados por fabricantes de veículos, o montante total de investimentos previstos no Brasil desde 2021 até 2033 é de R$ 125 bilhões, o que configura um recorde histórico para o setor, segundo a Anfavea.
Os anúncios aproveitam um contexto de crescimento da economia brasileira, que apresentou elevação de 2,9% do PIB em 2023, acima do esperado pelo mercado, e inflação de 4,5% no acumulado de 12 meses, dentro do limite da meta estabelecida pelo Banco Central.
MOVER – Os novos aportes se aproveitam ainda do programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que promove a expansão de investimentos em eficiência energética, inclui limites mínimos de reciclagem na fabricação dos veículos e cobra menos impostos de quem polui menos, criando o IPI Verde. O incentivo fiscal para que as empresas invistam em descarbonização e se enquadrem nos requisitos obrigatórios do programa será de mais de R$ 19 bilhões até 2028, valor que deverá ser convertido em créditos financeiros.
Na última terça-feira (9), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) publicou, no Diário Oficial da União, 23 portarias de habilitação de empresas do setor automotivo no programa Mover. Outros 18 pedidos permanecem em análise técnica.
As empresas já habilitadas são: Toyota, Horse, Renault, Peugeot-Citroen, Volks, Sodecia, GM, Mercedes-Benz, Nissan, Honda, Weg Drive & Controls, Marcopolo, FCA Fiat Chrysler, Weg equipamentos elétricos, FTP, Eaton, On-Highway, Volks Truck & Bus, Bosch, Faurecia, FMM, Schulz e Ford (centro de pesquisa).
ANFAVEA — Fundada em 15 de maio de 1956, a Anfavea é a entidade que reúne as empresas fabricantes de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e de construção. Ela analisa e pesquisa temas da indústria, promove debates, produz estudos, compila dados e divulga o desempenho do seu setor, coordena e defende os interesses coletivos de suas empresas associadas.
Segundo o balanço do primeiro trimestre deste ano feito pela Anfavea, a produção de 195,8 mil autoveículos em março foi a melhor em quatro meses e superou em 3,2% o volume de fevereiro. No acumulado do trimestre, 538 mil unidades deixaram as linhas de montagem, 0,4% a mais que no mesmo período do ano passado.
Já a produção de caminhões no primeiro trimestre chegou a 29,3 mil unidades, 19,7% acima do mesmo período de 2023. Para ônibus, a alta é ainda maior, de 61,6%, com 6,5 mil chassis fabricados.
Fonte: Comunicação | Palácio doo Planalto