Em uma disputa de narrativas, os governos da Rússia e da Ucrânia travam uma batalha também fora das trincheiras de guerra. Os países têm discursos antagônicos sobre ataques a civis.
Na sessão extraordinária da Organização das Nações Unidades (ONU), nesta segunda-feira (28/2), os embaixadores russo e ucraniano trocaram acusações. A Ucrânia diz que a população civil está na mira das tropas russas, que nega veementemente.
Minutos após o embaixador da Rússia na entidade, Vasily Nebenzya, chamar de “fluxo sujo de mentiras” as denúncias, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, divulgou um balanço de ataques.
O levantamento aponta que a Rússia disparou quase 200 artefatos contra cidades da Ucrânia, sendo 56 foguetes e 113 mísseis de cruzeiro.
“Kharkiv é uma cidade pacífica, há áreas residenciais, não há instalações militares. Dezenas de testemunhas relataram que não se trata de uma investida falsa, mas de destruição deliberada de pessoas. Os russos sabiam onde estavam atirando”, disse o presidente ucraniano.
Embate na ONU
A Ucrânia vive o quinto dia de ataques. Kiev, capital e coração do poder, e Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, estão sob fortes bombardeios. Civis teriam sido alvejados pelas tropas russas.
Nebenzya, nega que o país esteja bombardeando civis. “Esse é um fluxo sujo de mentiras sujas. Uma característica do nosso tempo”, declarou o embaixador russo.
Logo após a fala, o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, rebateu as informações. Segundo ele, mais de 350 civis foram mortos. “Não ouçam as mentiras dos russos. Ouçam o choro dos ucranianos”, ponderou.
“A Rússia está atacando creches, hospitais, brigadas de ajuda de saúde, ambulâncias… População de Kiev está sendo alvo dos russos. Eles estão determinados a matar civis. Isso é crime de guerra”, defendeu.
Com informações Portal Metrópoles