A indústria siderúrgica vai investir R$ 100,2 bilhões no Brasil até 2028. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 20 de maio, por representantes do setor em reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
“Esse país vai voltar a crescer e, junto com o crescimento desse país, a indústria do aço. Para isso, é preciso fazer crescer a indústria automobilística, a da construção civil, a naval, é preciso fazer a Embraer vender mais avião”, afirmou o presidente Lula durante a reunião.
Lula citou exemplos de outros anúncios de investimentos que justificam seu otimismo com a economia brasileira. “A indústria automobilística já anunciou investimento de R$ 130 bilhões, dos quais R$ 124 bilhões até 2028 e o restante até 2033. Vocês estão anunciando R$ 100 bilhões agora. Na semana que vem vai ter mais um setor anunciando mais R$ 100 bilhões. O setor energético está anunciando tantos bilhões que eu quero acreditar que vão gerar empregos”, relatou.
Já o vice-presidente destacou que o anúncio ocorre após a Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidir, em abril, elevar para 25% o imposto de importação de 11 NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul) de aço e estabelecer cotas de volume de importação para esses produtos – de maneira que a tarifa só sofrerá aumento quando as cotas forem ultrapassadas.
O crescimento da importação de aço nos últimos anos gerou ociosidade na indústria siderúrgica nacional e a expectativa é que a medida contribua para reduzir este cenário.
“Nós, primeiro, agimos na defesa comercial. Estabelecemos cinco mecanismos antidumping, então foram comprovados os dumpings. E há dez investigações em curso. Além disso, nós fizemos uma medida inédita no Brasil que é cota, ou seja, pegamos a média das importações em 2020, 2021 e 2022, fizemos a média, acrescemos mais 30% e estabelecemos a cota. Até esse valor não tem nenhum aumento de imposto de importação, que no Brasil é em torno de 12%, 13%. Agora, o que passar disso, terá 25% de imposto de importação”, explicou Alckmin em pronunciamento após a reunião.
OUTRAS MEDIDAS — Alckmin pontuou outra medida importante para a indústria nacional: a lei da depreciação acelerada, que deverá ser promulgada nos próximos dias. “Ela vai estimular investimento, troca de máquinas, de equipamentos, modernização do parque industrial. Você tem redução de imposto de renda de pessoa jurídica e contribuição social sobre lucro líquido, deprecia em dois anos, em vez de depreciar em 15 anos. Um forte estímulo à modernização do parque industrial”, argumentou.
Outra notícia importante ressaltada pelo vice-presidente foi a aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei que cria a letra de crédito de desenvolvimento (LCD), que será apreciada pelo Senado Federal. “Isso vai tornar o crédito mais barato”, defendeu.
Fonte: Comunicação | Palácio do Planalto