Promover uma competição entre as escolas de conscientização ambiental quanto ao uso de fontes de energia limpa e renováveis. Essa é a proposta do Projeto de Lei (PL) 192/2023 aprovado pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, reunida nesta quarta-feira (3), em Criciúma, dentro do programa Alesc Itinerante.
O projeto cria o Concurso Escola Sustentável, a ser realizado a cada dois anos entre as escolas públicas e privadas do estado, de ensino fundamental, médio e profissionalizante. A iniciativa é do deputado Rodrigo Minotto (PDT), que apresentou a proposta a partir de sugestão dos alunos da Escola de Educação Básica Luiz Tramontin, de Forquilhinha, que participaram do programa Parlamento Jovem, desenvolvido pela Escola do Legislativo da Alesc.
Minotto explica, na justificativa do projeto, que o objetivo é “expandir a troca de conhecimentos e experiências, sobretudo no que tange às fontes alternativas de energia e à conscientização sobre o consumo responsável de energia elétrica.”
Os alunos vencedores do concurso receberão troféus e a escola ganha o Selo Escola Sustentável. O PL está pronto para ser votado em plenário.
Falas de entidades
Três entidades da região Sul do estado ligadas ao tema do turismo e meio ambiente foram convidadas para apresentarem seus projetos durante a reunião da comissão em Criciúma: projeto Educamar; Núcleo Serramar-SC da Rede Ecovida de Agroecologia; e Instância de Governança Regional Encantos do Sul.
A presidente e coordenadora de pesquisa do projeto Educamar, Suelen Santos, apresentou um diagnóstico ambiental elaborado pela entidade sobre a fauna marinha do extremo-sul de Santa Catarina. Conforme explicou, a instituição Educamar está sediada em Araranguá e atua com pesquisa e monitoramento costeiro de fauna marinha no litoral do extremo-sul catarinense desde 2014.
“O estudo que apresento aqui é um diagnóstico ambiental da orla marítima entre os municípios de Araranguá e Passo de Torres, uma área bem extensa, de cerca de 60 km. Esse trecho do litoral catarinense é um importante corredor migratório de aves, mamíferos e répteis marinhos, que buscam a região para descanso, alimentação e até como área reprodutiva. É também um ponto de convergência entre duas correntes oceânicas que atuam nos mares do Brasil, sendo uma biodiversidade muito mais rica do que outras regiões do país”, afirmou Suelen.
Reinaldo Guilherme de Souza, agricultor ecológico, falou em nome do Núcleo Serramar-SC da Rede Ecovida de Agroecologia. Ele explicou aos deputados que o núcleo é composto por 70 famílias, divididos em cinco grupos – Terra de Anita/Encostas da Serra, Cultivo da Natureza, Frutos da Terra, Paleotoca e Guardiões dos Orgânicos.
Souza pediu apoio dos deputados estaduais para fortalecer a atividade. “Para a agroecologia faltam políticas públicas, principalmente de crédito, relacionadas à assistência técnica e comercialização, já que é considera uma categoria que não vende muito. As nossas plataformas de crédito são mais para vender insumos, como adubo, mas para a complexidade da agroecologia quase não se tem política pública”, contestou.
Por fim, falou Albertino Ferreira, presidente da Instância de Governança Regional (IGR) Encantos do Sul, que abrange 30 municípios da região Sul, desde Imbituba até Forquilhinha. IGR são organizações com participação do poder público e de atores privados dos municípios componentes das regiões turísticas responsáveis por coordenar o turismo em âmbito regional.
“O nosso intuito é fortalecer a questão cultural dos municípios para que o turista realmente conheça qual a cultura de cada uma dessas cidades. Desde fortalecer atividades como agricultura familiar, artesanato, danças, o que for a característica do local. O alicerce do turismo é a cultura”, defendeu.
Daniela Legas
AGÊNCIA AL