Foto: Giovanni Kalabaide

Empregados e representantes sindicais pediram a valorização do quadro de pessoal da Cidasc e da Epagri, empresas públicas ligadas à agropecuária, além da contratação de mais funcionários. O assunto foi discutido em audiência pública realizada pela Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Assembleia Legislativa, realizada nesta quarta-feira, no Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright.

Conforme o deputado Fabiano da Luz (PT), proponente do encontro, o objetivo foi verificar a situação dos funcionários das empresas públicas agrícolas. “São pessoas e empresas que fazem um trabalho essencial para o desenvolvimento de Santa Catarina”, disse. “Por isso, é importante avaliar, de tempos em tempos, como está a situação dessas empresas.”

Dirigentes sindicais que participaram da audiência também criticaram a demora na definição do acordo coletivo dos empregados, cuja data-base foi em 1º de maio. “Empresas fortes se fazem com trabalhadores reconhecidos. Temos uma preocupação muito grande com a contratação de novos colegas, mas temos que valorizar quem já está nas empresas, com condições dignas de trabalho e remuneração”, afirmou Acácio Marian, presidente do Sindicato dos Técnicos Agrícolas de Santa Catarina (Sintagri).

O diretor presidente do Sindicato dos Engenheiros Agrônomos de Santa Catarina (Seagro-SC), Saymon Zeferino, reforçou a necessidade de valorização dos funcionários, mas acrescentou a importância do reforço nos quadros de pessoal. “Os sindicatos não são contra os programas de demissão voluntária, mas qual a garantia que os trabalhadores serão repostos?”, questionou.

O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Perícia, Pesquisa e Informações de Santa Catarina (Sindaspi-SC), Daniel Nunes das Neves, também fez ponderações a respeito dos programas de demissão voluntária. “Não somos contra os PDVs, somos a favor do concurso público”, disse. “Temos que repor os quadros, para que haja transferência do conhecimento de quem está saindo para quem está entrando”, completou o dirigente, que também criticou a terceirização na Epagri.

O que dizem as empresas
O presidente da Epagri, Dirceu Leite, defendeu o PDV que está em andamento na empresa. Segundo ele, a medida proporcionará renovação nos quadros, sem que haja redução no número de empregados. Ele garantiu que, mesmo com o PDV, o número de funcionários ficará no que é considerado ideal.

“Temos um concurso ativo, previsão de concurso complementar e contratação de terceirizados”, afirmou. “O PDV é investimento que vai renovar o quadro de pesquisadores, trazendo novos conhecimentos.”

A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, afirmou que a empresa está em crescimento e tem recomposto seu quadro de empregados. “Foram chamados 45 no ano passado e vamos chamar mais 20”, disse.

O representante da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) na audiência, Jairo Henkes, afirmou que a Pasta reconhece a necessidade de investimento nas empresas, em especial na mão de obra. Ele defendeu a união dos empregados, dirigentes sindicais e dirigentes das empresas para atender as demandas. “O secretário [Valdir Colatto, titular da SAR] está preocupado com essas questões.”

Os deputados Marquito (Psol), Altair Silva (PP) e José Milton Scheffer (PP) também participaram da audiência e apontaram a importância do trabalho desenvolvido pelas empresas no crescimento da agropecuária catarinense. Marquito destacou a necessidade de valorização das empresas públicas. Altair Silva reconheceu o prejuízo causado a alguns municípios pela falta de extensionistas na Epagri.

Já Scheffer, que é funcionário da Epagri, afirmou que as empresas são geradoras de recursos para o Estado. Ele criticou a indefinição entorno do acordo coletivo dos empregados. “Precisamos nos manter unidos”, disse.

Marcelo Espinoza
AGÊNCIA AL