O Hospital Baía Sul, em Florianópolis, realizou na última semana uma cirurgia de aneurisma de arco aórtico com material inovador, uma endoprótese ramificada, utilizada pela primeira vez em Santa Catarina. O material permite um procedimento minimamente invasivo, que dispensa incisões cirúrgicas e proporciona um pós-operatório mais rápido. A endoprótese está disponível em diferentes medidas, permitindo ser utilizada em outros pacientes.

Atualmente, existe apenas uma endoprótese ramificada disponível no mercado, tendo chegado ao Brasil há menos de um ano. Antes disso, outra opção disponível eram os materiais fabricados sob medida, com a mesma funcionalidade, mas que acabavam dificultando o tratamento de pacientes em situação de urgência, devido ao tempo necessário para a sua fabricação.

O aneurisma de aorta é uma dilatação anormal do vaso, podendo levar a consequências graves, como a sua ruptura. A prótese ramificada consegue tratar alguns segmentos da circulação arterial que envolvem ramos arteriais importantes, e que não poderiam ser excluídos.

Segundo o Dr. Pierre Galvagni Silveira, cirurgião vascular do Hospital Baía Sul, a cirurgia convencional dos aneurismas pode ser muito complexa. “Dependendo da localização onde o aneurisma está localizado, pode ser necessária uma cirurgia aberta, que é aquela em que é preciso acessar cirurgicamente o vaso a ser tratado, através de uma incisão no tórax, abdome, ou em ambos. Em alguns casos, é necessário colocar o paciente em circulação extracorpórea, fazer um resfriamento do cérebro para preservá-lo e evitar lesões por falta de oxigênio, o que aumenta os riscos da cirurgia. Por isso, é tão importante o desenvolvimento de endopróteses como essa, possibilitando um procedimento menos invasivo, o que consequentemente diminui a possibilidade de complicações. E por tratar-se de um procedimento que dispensa incisões cirúrgicas, o período pós-operatório é muito mais rápido e bem tolerado pelo paciente”, explica.

O paciente que foi operado sofreu uma queda e teve como complicação uma ruptura da aorta ao nível do tórax, próximo a artéria subclávia, responsável pela irrigação do cérebro e dos membros superiores, tendo como consequência a formação de um aneurisma no local. O procedimento com a endoprótese ramificada permitiu corrigir a lesão com a preservação dos ramos a este nível, uma recuperação mais rápida e a liberação do paciente no dia posterior ao procedimento.

“Sem este dispositivo ramificado, os pacientes acabam sendo submetidos a cirurgias com maior tempo de internação, complicações e riscos. Já o uso desta endoprótese permite que o paciente se reintegre à sociedade mais rapidamente. Esse procedimento é um grande ganho tecnológico para Florianópolis. É reconfortante poder contar precocemente com essas tecnologias, e poder disponibilizar essa opção de tratamento aos pacientes catarinenses”, conclui o cirurgião vascular.

Fonte: SCC