Presidente ficará em sua residência em São Paulo pelo menos até quinta-feira, 19 de dezembro, e poderá exercer suas atividades normalmente nesse período.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu alta hospitalar neste domingo, 15 de dezembro, após cirurgia realizada na última terça-feira (10) para drenar um hematoma na cabeça, entre o osso do crânio e o cérebro. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa nesta manhã no auditório do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Lula ficará em sua residência, na capital paulista, pelo menos até a próxima quinta-feira (19).
Após a coletiva, concedida pelo cardiologista Roberto Kalil Filho, o neurologista Rogério Tuma, o neurocirurgião Marcos Stávale, a médica do presidente, Ana Helena Gremoglio, e o médico José Guilherme Caldas, o presidente chegou ao local da entrevista e cumprimentou todos os médicos. Em seguida, falou à imprensa.
“Eu quero que vocês saibam: estou voltando com muita tranquilidade, tenho muito trabalho para fazer, tenho um compromisso com esse país e um compromisso com o povo brasileiro”, afirmou Lula, que relembrou alguns dos percalços que enfrentou na vida.
“Um agradecimento, primeiro, a Deus, que tem tomado conta de mim de forma muito generosa. Cuidou de mim quando eu tive o câncer, que eu tratei aqui nesse hospital em 2012. Cuidou de mim quando eu fiquei sobrevoando o aeroporto da Cidade do México durante cinco horas para poder ter tempo de pousar e esvaziar o tanque do avião, que foi um momento muito delicado, não apenas na minha vida, mas na vida de todas as pessoas que estavam no avião. Acho que Deus foi muito generoso ao cuidar de mim quando eu caí um tombo no banheiro”, disse.
QUEDA – O presidente contou como foi a queda, que resultou em um hematoma na cabeça. Lula ressaltou que não ocorreu quando ele cortava a unha do pé no banheiro.
“Faço questão de explicar a viva-voz que eu não estava cortando a unha do pé. Eu estava cortando a unha da mão e estava sentado. Eu já tinha cortado a minha unha, já tinha lixado a minha unha e quando eu fui guardar o estojo, em vez de levantar e abrir a mesa, eu tentei afastar o meu bumbum do banco. O banco era redondo, acabou e o meu bumbum não levantou e eu caí. E bati com a cabeça na hidromassagem, e teve um estrago razoável. E eu, graças a essa turma de médicos que está aqui, eu, outra vez, me recuperei”, contou Lula.
Após a queda e exames iniciais, o presidente achou que estava curado e que já poderia exercer normalmente suas atividades cotidianas. “Voltei a fazer esteira, musculação. Viajei para o Rio de Janeiro, participei do acordo da União Europeia com o Mercosul, já que era uma questão de honra fazer o acordo. Voltei para o Brasil tranquilamente”.
Lula contou quais sintomas sentiu antes de ser internado para a cirurgia de emergência de drenagem do hematoma na cabeça. “Fui em uma homenagem feita para Janja na sexta-feira e estava bem. Passei bem o sábado. No domingo, já estava sentindo a dor de cabeça e os médicos haviam me alertado que, qualquer problema de dor na cabeça, eu teria que comunicá-los. Eu achava que não estava com dor de cabeça, porque, como eu tomei banho na piscina e tomei sol, eu estava achando que era um problema provocado pelo sol”.
Porém, no dia seguinte, acordou se sentindo mal. “A dor de cabeça continuou, mas ainda continuei achando que era por causa do sol. Quando foi no final da tarde, eu mandei chamar a doutora no meu gabinete e disse para ela que eu estava sentindo umas coisas estranhas. Eu estava sentindo meus passos mais lentos, eu estava com os olhos vermelhos, eu estava com muito sono”.
CIRURGIA – O presidente, então, passou por uma bateria de exames no Hospital Sírio-Libanês, ainda em Brasília, e foi encaminhado para a unidade do hospital, em São Paulo, na terça-feira de madrugada para uma cirurgia de emergência.
Só depois da cirurgia, Lula teve ciência da gravidade de seu estado. “Eu só fui ter noção da gravidade já depois da cirurgia pronta, depois da cabeça estar nova, doendo ainda”, acrescentou.
NOVOS EXAMES – “Ele está de alta hospitalar, não alta médica”, esclareceu o cardiologista Roberto Kalil Filho. Por isso, segundo o especialista, o presidente precisará continuar em São Paulo por mais alguns dias para acompanhamento. Na próxima quinta-feira, Lula deverá passar por exames no hospital, entre eles, uma tomografia.
O presidente poderá exercer suas atividades normalmente nesse período, evitando apenas exercícios físicos. “Ele está estável, caminhando, se alimentando, falando normalmente. Ele teve um pós-operatório muito bom, dentro do que se esperava”, afirmou Kalil.
Fonte: Comunicação / Palácio do Planalto