A deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PSL), de Santa Catarina, usou R$ 5.107,78 de dinheiro público para viajar na última quarta-feira (2/3) a São Paulo, onde participou do programa Pânico, da Jovem Pan.

Na entrevista, a integrante do PSL admitiu que destina emendas parlamentares apenas a “amigo, apoiador e pessoas que compartilham dos mesmos ideais” que ela.

Um dia antes, na terça-feira (1º/3), o Metrópoles revelou que Campagnolo destinou R$ 249,8 mil em emenda para uma entidade cujo presidente é amigo e advogado dela, o empresário Gastão Filho. O montante foi repassado em dezembro do ano passado para a Fundação Catarinense de Hipismo (FCH). O Ministério Público de Santa Catarina instaurou notícia de fato sobre o caso.

O reembolso das passagens (R$ 3.798,78) compradas pelo gabinete de Campagnolo consta no Portal da Transparência da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

A parlamentar catarinense também cobrou da Casa Legislativa uma diária de R$ 847 devido ao deslocamento. O assessor dela, Isaque de Miranda – que também trabalha com a deputada no Clube Campagnolo –, recebeu, por sua vez, uma diária no valor de R$ 462.

O motivo da viagem a São Paulo consta como “reunião/visita com lideranças/entidades”.

A assessoria de Ana Campagnolo foi procurada na segunda-feira (7/3) para esclarecer se, além de participar da entrevista no estúdio da Jovem Pan, a deputada se reuniu com lideranças ou entidades. Não houve respostas. Nas redes sociais dela, não há qualquer registro sobre possível encontro.

Repasse

Campagnolo, que se esforça para construir sua imagem como bastião da moralidade, destinou R$ 249,8 mil em emenda parlamentar para a entidade presidida pelo advogado dela, Gastão Filho.

A deputada fazia questão de dizer publicamente, no entanto, que o advogado a defende “sem nada cobrar”. “Tamanha é a sua generosidade que, além de me representar em todos os processos sem nada cobrar, ainda ofereceu um passeio maravilhoso”, escreveu ela.

Famoso advogado de Santa Catarina, Gastão representa Campagnolo em uma série de ações nos tribunais do país. O advogado também é autor do pedido de impeachment apresentado pela deputada contra o governador de SC, Carlos Moisés (PSL).

O Artigo 37 da Constituição Federal assegura, no entanto, que a administração pública obedecerá ao princípio da impessoalidade, entre outros.

Fonte: Metrópoles/ Tássio Lorran