Mais empresas terão a oportunidade de desenvolver um novo módulo de pouso tripulado para as missões do programa Artemis, da NASA. Apesar de a agência espacial ter escolhido a SpaceX para construir o primeiro lander lunar para o programa, a NASA anunciou que pretende apoiar o desenvolvimento de um segundo lander. Para isso, ela solicita que as empresas dos Estados Unidos apresentem conceitos de projetos.
Através desta nova iniciativa, a NASA planeja publicar uma versão preliminar de uma solicitação para propostas (“RFP”, na sigla em inglês) do segundo módulo de pouso lunar até o fim de março, e a versão final deverá ser liberada em alguns meses. Se tudo correr conforme o planejado pela agência espacial, a empresa responsável pela construção do novo lander deverá ser selecionada no início de 2023.
No ano passado, a NASA selecionou a SpaceX para construir o primeiro lander tripulado para o programa, mas, agora, parece que a empresa fundada por Elon Musk não estará sozinha no mercado de módulos para pousos lunares. “A competição é crítica para o nosso sucesso na superfície lunar e além, garantindo que teremos a capacidade de realizar uma cadência de missões ao longo da próxima década”, disse Bill Nelson, administrador da NASA.
Através desta nova proposta, a agência espacial vai trabalhar em dois caminhos paralelos, como uma forma de garantir o desenvolvimento e demonstração do módulo de pouso. Um será voltado para trabalhos adicionais sob o contrato já fechado com a SpaceX, e o outro dará a oportunidade para todas as outras empresas dos Estados Unidos planejarem uma nova missão de demonstração de pouso, da órbita à superfície da Lua.
O novo lander lunar
Originalmente, a NASA já planejava selecionar vários fornecedores privados de landers tripulados para o programa Artemis, já que isso iria garantir a redundância e incentivaria as equipes em seus projetos por meio da competição. Entretanto, o Congresso dos Estados Unidos não alocou fundos suficientes para dar apoio ao desenvolvimento de vários landers e, no fim, a NASA acabou selecionando somente a SpaceX.
A decisão desencadeou protestos da Dynetics e Blue Origin, empresas finalistas do contrato original. Jeff Bezos, fundador da Blue Origin, enviou uma carta pública a Bill Nelson e até moveu um processo judicial contra a NASA. Apesar de ter a empresa perdido a disputa, o processo resultou em um atraso de quase 7 meses no desenvolvimento do lander da SpaceX. Ainda no ano passado, a Comissão de Orçamentos do Senado permitiu que a NASA escolhesse uma segunda empresa para desenvolver o veículo.
Ao que tudo indica, agora a NASA tem garantias de que o orçamento necessário para o desenvolvimento do novo lander estará disponível. “Esperamos ter tanto o apoio do Congresso quanto da administração de Biden”, disse Nelson, durante uma conferência realizada nesta quarta-feira (23). “O que fizemos hoje é uma prévia; acho que vocês vão considerar que essa é uma indicação de boas coisas a caminho nesta agência e que, se estivermos certos, boas coisas estão a caminho para toda a humanidade”, concluiu.
Segundo a NASA, o segundo contrato, em combinação com aquele fechado com a SpaceX, irá construir o caminho para serviços de transportes recorrentes para astronautas na Lua.
“Essa estratégia expande o progresso em direção a uma capacidade de pouso sustentável e de longo prazo, no início de 2026 ou 2027”, explicou Lisa Watson-Morgan, gerente do programa Human Landing System. “Esperamos ter duas empresas levando astronautas em segurança em seus landers à superfície da Lua sob o direcionamento da NASA antes de solicitarmos serviços, o que poderá resultar em várias provedoras com experiência no mercado”.
Fonte:NASA ; Via: Space.com