O presidente Jair Bolsonaro insinuou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, age para favorecer a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) este ano. Segundo o chefe do Executivo, “não tem cabimento” a anulação das condenações do petista, determinada pelo magistrado em março do ano passado.
“Então o Fachin o tirou da cadeia, o tornou elegível e está presidindo o TSE. Ao meu entender, se depender do Fachin, ou do voto do Fachin, para ser educado aqui, ele (Lula) será presidente da República”, afirmou Bolsonaro. A declaração foi feita em entrevista ao podcast Irmãos Dias, exibido nesta segunda-feira, 11.
O presidente afirmou que, ainda em pré-campanha, Lula já teria loteado “todo o Poder” visando sua eleição. O chefe do Executivo acusou o petista de ter prometido cargos em ministérios, bancos oficiais, estatais e, por fim, no STF. O próximo presidente eleito terá direito a indicar dois ministros para a Corte.
“A mensagem que ele dá para os corruptos é uma só: fique tranquilo, eu colocando mais dois lá, você vai se safar no Supremo. E complementa: eu me safei”, disse o mandatário.
Em 8 de março de 2021, Fachin tornou Lula elegível ao declarar a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para o processo e julgamento das ações da Operação Lava Jato contra o ex-presidente, anulando todas as decisões daquele juízo.
Ao lado de Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, Fachin é um dos maiores desafetos de Bolsonaro no Supremo. Críticas do presidente aos ministros são constantes, e ele já chegou também a fazer ameaças. Em fevereiro deste ano, o chefe do Planalto disse que Fachin quer torná-lo inelegível “na base da canetada” para beneficiar Lula.
POR ESTADAO CONTEUDO