Veículo arrastado pela enchente é visto no Rio Quintadinha, na Rua Washington Luiz, no caminho do centro histórico de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. Foto: Estadão Conteúdo

Petrópolis – O cenário desolador do Morro da Oficina dá a dimensão da tragédia causada pela chuva que já deixou 80 mortos na cidade de Petrópolis e provocou mais de 180 deslizamentos de terra.

O número parcial de óbitos foi divulgado pelos Bombeiros, por volta das 19h desta quarta-feira (16/2). A lista aumenta a cada atualização das autoridades.

Antes e depois: casas desaparecem após tragédia em morro de Petrópolis

No Morro da Oficina, antes loteado por casas alinhadas em uma mesma ladeira, surgiu uma extensa faixa de terra, como resultado do deslizamento da avalanche de lama e rochas. O forte temporal teve início no fim da tarde de terça-feira (15/2).

Dezenas de casas foram soterradas. Um bar, cheio de clientes, desapareceu sob a massa de destroços. O mesmo aconteceu com outros endereços do modesto comércio existente por ali.

O Morro da Oficina não foi um ponto isolado. A destruição causada pelas chuvas atingiu diversas regiões de Petrópolis – município da região serrana do Rio conhecido por sua relevância histórica e também chamado de Cidade Imperial.

No centro, onde estão atrações como o Museu Imperial e o Palácio de Cristal, a água tomou conta das ruas.

As diversas ladeiras da cidades canalizaram enxurradas – que, com a pressão alcançada pelas águas, arrastaram carros e até ônibus.

Na manhã desta quarta-feira (16/2), carros permaneciam atravessados pelas ruas, alguns completamente destruídos.

Cláudio Castro, governador do Rio, classificou a situação como um cenário de guerra. O gestor estadual, porém, estima que parte da cidade voltará a funcionar em dois ou três dias.

“Se não chover entre hoje hoje e amanhã, a vida já vai estar voltando ao normal”, disse Castro, em visita ao Morro da Oficina.

O governador fez a ressalva sobre os locais atingidos por deslizamentos graves. “Ali vai demorar um pouco e o estado vai precisar agir de modo muito incisivo”, acrescentou.

Desde a madrugada, cerca de 400 bombeiros trabalham na região.

A Secretaria de Defesa Civil listou 12 pontos de Petrópolis com registros considerados de maior gravidade.

Escrito por: Giulia VenturaGabriela MarçalDaniele Dutra/Metropoles.com