Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira, 22 de maio, da cerimônia de renovação do patrocínio Caixa e Governo Federal ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em São Paulo. A renovação do contrato até o final de 2028 garante o planejamento e a preparação de atletas, durante o Ciclo Paralímpico, até as próximas Paralimpíadas de Los Angeles 2028.
O novo contrato é de R$ 160 milhões (R$ 40 milhões por ano). Além disso, as Loterias Caixa repassarão R$ 250 milhões diretamente à entidade por força de lei. Há mais de 20 anos, a Caixa e as Loterias Caixa patrocinam o Comitê Paralímpico Brasileiro. Trata-se do patrocínio mais longo da história do paradesporto mundial.
Em seu discurso, Lula destacou que muitos atletas não recebiam nenhum apoio no início de suas carreiras, apenas depois que ganhavam uma medalha. Nesse sentido, reforçou a importância de investir no desenvolvimento inicial de jovens promessas. “No Brasil, nós temos atletas que, muitas vezes, não treinavam porque não tinham um tênis para treinar. Tinha atleta correndo descalço em cidades do interior. Um país que não cuida dos seus atletas e do esporte é um país que nunca vai ser competitivo e nunca vai ser motivo de orgulho para o povo que mora naquele país”, afirmou.
“Foi por isso que nós criamos o Bolsa Atleta, para dar às pessoas que não têm oportunidade, que nunca foram olhadas com o menor respeito, a oportunidade de virar um atleta profissional e ser motivo de orgulho como vocês viraram por esse país afora e pelo mundo afora”, explicou o presidente.
Lula também informou que o Governo Federal pretende criar uma universidade do esporte, voltada ao desenvolvimento de diversas modalidades esportivas. “O projeto original é criar uma faculdade de futebol, mas eu acho que só a faculdade de futebol é pouco diante da lição que vocês estão dando ao Brasil, porque vocês são as pessoas que fazem sacrifício para chegar onde vocês chegaram”, disse o presidente aos atletas presentes na cerimônia.
UNIDADE DE TREINAMENTO — O centro de treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro comemora nove anos de existência na sexta-feira, 23 de maio. Ele foi inaugurado em 2016 pelo então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, atual vice-presidente da República, durante o governo da presidenta Dilma Rousseff. É o quarto maior centro de treinamento de paradesporto no mundo. São 95 mil m² de área construída, com instalações esportivas para treinamentos e competições de 20 modalidades paralímpicas.
“Veja, presidente Lula, e ministro Fufuca, como boa política pública faz diferença. Em 2016, no Rio, o Brasil, que hoje é uma potência paralímpica, teve o quinto lugar. Em 2021, em Tóquio, o sétimo lugar. E, agora, em 2024, em Paris, o quinto lugar. E com mais uma medalha teria avançado ainda mais. Por isso, é motivo de grande alegria estarmos aqui hoje fazendo a maior parceria da história”, celebrou Alckmin.
REAJUSTE — Durante a cerimônia, o ministro do Esporte, André Fufuca, ressaltou que o presidente já garantiu para o ano que vem um novo reajuste do Bolsa Atleta e do Bolsa Pódio. “O esporte paralímpico dá resposta para todos aqueles que não acreditavam. E, com muita dificuldade, é a quinta potência hoje do mundo. Mas eu não tenho dúvida de que daqui a 20 anos nós estaremos aqui novamente nesse lugar, não como a quinta potência do esporte paralímpico, mas, sim, como a primeira potência do esporte paralímpico mundial”, frisou Fufuca.
NOVO CONTRATO — A renovação do patrocínio abrange 18 modalidades paralímpicas, cinco a mais do que no contrato anterior. As modalidades são: atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas, bocha, canoagem, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, judô, halterofilismo, natação, taekwondo, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo, rúgbi em cadeira de rodas e vôlei sentado. Além disso, mais de 120 atletas com deficiência terão patrocínio individual.
“A Caixa acredita no poder do esporte para transformar a vida das pessoas. E os números mostram que estamos no caminho certo. Desde que a Caixa assumiu esse papel com o Comitê Paralímpico, são R$ 500 milhões investidos nessa parceria. Das 399 medalhas conquistadas, 205 existem desde o patrocínio da Caixa”, frisou o presidente da instituição, Carlos Vieira.
O Governo Federal e a Caixa Loterias são os maiores apoiadores do esporte brasileiro, por meio dos repasses sociais (Lei Agnelo Piva), provenientes da arrecadação dos jogos de loterias. Em 2024, foram repassados aproximadamente R$ 1,8 bilhão ao esporte, sendo R$ 250 milhões diretamente ao CPB.
SUPORTE — O presidente do CPB, José Antônio Freire, comemorou o aumento do apoio ao paradesporto. “Para o CPB é uma honra, é muito mais trabalho para que a gente possa fazer as entregas que nos levaram ao top 5 na Paralimpíada de Paris. A responsabilidade é grande com esse que é o maior patrocínio da existência do CPB”, afirmou.
Ainda durante a solenidade, o campeão paralímpico de natação Gabriel Araújo, conhecido como Gabrielzinho, enfatizou a importância do patrocínio para os atletas. “A gente sabe que é indispensável esse apoio para a gente ter tranquilidade para trabalhar e mostrar para o Brasil e para o mundo inteiro a força que nós, pessoas com deficiência, e, também, atletas de alto rendimento, temos para provar a todos que somos capazes de conquistar lugares que muitas pessoas não imaginam”, disse.
BOLSA ATLETA — Dos 280 atletas que foram convocados e participaram dos Jogos Paralímpicos, na França, 275 (ou 98,2%) eram bolsistas do Programa Bolsa Atleta. O primeiro edital que passou a contemplar atletas-guia foi publicado em dezembro de 2023, após a sanção da Lei Geral do Esporte.
Nos últimos anos, o Governo Federal intensificou os investimentos no esporte de alto rendimento. Para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024, foi lançado o Guia de Investimentos, Modalidades e Atletas, que detalhou o apoio financeiro e estrutural destinado aos esportistas. Em 2023 e 2024, o aporte total em esporte de alto rendimento superou R$ 600 milhões por ano, abrangendo o tripé que representa as principais fontes de recursos da área: Lei das Loterias, Programa Bolsa Atleta e Lei de Incentivo ao Esporte.
Somente o Programa Bolsa Atleta, em 2023, destinou R$ 121 milhões a atletas de modalidades olímpicas, paralímpicas e surdolímpicas, totalizando o recorde de 8.292 bolsas concedidas. Em 2024, esse número foi ampliado, com mais de 9 mil atletas contemplados e investimento superior a R$ 160 milhões. Já em 2025, mais de 10 mil atletas já foram contemplados, com investimento de aproximadamente R$ 176 milhões. No ano em que completou 20 anos, os valores das bolsas foram reajustados após 14 anos. O presidente Lula assinou decreto que elevou os valores em 10,86%.
CONTRATO ANTERIOR — O patrocínio anterior da Loterias Caixa teve vigência de 16 meses, de 1º de setembro de 2023 a 31 de dezembro de 2024, no valor de R$ 35 milhões. O contrato anterior abrangeu 13 modalidades paralímpicas, além do patrocínio individual de 114 atletas e diversos projetos de inclusão, iniciação e alto rendimento.
A Caixa é reconhecida por apoiar programas inéditos de incentivo a atletas da iniciação ao alto rendimento, por meio do Programa Loterias Caixa de Atletas de Alto Nível, Meeting Paralímpico Loterias Caixa, Circuito Paralímpico Loterias Caixa e Festival Paralímpico Loterias Caixa, entre outros.
RESULTADOS — O apoio federal fortalece o paradesporto e gera resultados expressivos. Nas Paralimpíadas de 2024, o Brasil teve o melhor desempenho da história: garantiu o Top 5 no quadro de medalhas, com 89 pódios conquistados (25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes). Atualmente, o Brasil é reconhecido como uma grande potência paralímpica, com números e recordes conquistados.
Fonte: Comunicação | Palácio do Planalto