Presidente da República em exercício participou, nesta quarta-feira, da abertura do Fórum de Competitividade, em Brasília.
“A pergunta sempre foi: onde é que fabrico bem e barato? Hoje, a pergunta é: onde é que fabrico bem, barato e compenso as emissões de carbono? E aí o Brasil é imbatível”. A afirmação do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, ao falar sobre a importância da sustentabilidade para o futuro do país, foi reforçada nesta quarta-feira, 17/5, durante a abertura do Fórum de Competitividade, promovido pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) e pela Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo. O evento ocorreu na sede o Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília.
“O Brasil pode fazer toda a diferença. Temos possibilidades enormes de atrair investimentos para atender o mercado interno e ser um grande exportador, do agro, de mineração, mas especialmente de valor agregado, indústria e até serviços”, prosseguiu Alckmin, ainda falando sobre sustentabilidade.
Ao longo desta quarta-feira, um time de especialistas vai debater durante o evento temas para ajudar a construir soluções e buscar consensos para o desenvolvimento econômico brasileiro, além da superação de desafios sociais. Entre os participantes estão o presidente do Fórum Econômico Mundial, o economista Klaus Schwab; a presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvia Massruhá; o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Calvet, além de parlamentares, governadores, empresários e secretários do Governo Federal.
Alckmin elencou pontos que devem ser trabalhados nos próximos quatro anos para que o Brasil se torne mais competitivo, principalmente no mercado internacional. “O MBC, através de um estudo, mostra onde está o problema: o Custo Brasil. Não é uma causa só, mas um conjunto de fatores que tornaram o Brasil caro. Ficamos caros antes de sermos ricos. Essa agenda de competitividade é muito importante”, frisou.
O Custo Brasil chega a R$ 1,7 trilhão. O indicador deriva de estudo realizado pelo MBC em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). É resultado de um conjunto de entraves que oneram o ambiente de negócios nacional. O número impacta na operação de empresas de diversos portes e segmentos, encarece preços e serviços, compromete investimentos e a geração de empregos no país.
“Ano que vem, o Brasil receberá o G20 e o que todos queremos é que o Brasil cresça, tenha emprego, renda, melhore a vida das pessoas. Precisamos agir nas causas do baixo crescimento. Por que temos um país em desenvolvimento e um crescimento pequeno? Quais são as causas? Se agirmos nas causas, vamos ter um crescimento sustentável e mais forte”, disse Geraldo Alckmin.
O presidente em exercício lembrou que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, do qual é ministro, já abriu, através da Secretaria de Competitividade e Regulação, uma Consulta Pública sobre o tema. O objetivo é que representantes da indústria, do comércio, do agro e de vários setores apontem os problemas regulatórios e de competitividade que devem ser equacionados no país.
REFORMA TRIBUTÁRIA – Outro ponto destacado por Alckmin foi a questão tributária, que hoje representa uma barreira para que o país se torne mais competitivo. “Chama a atenção o sistema tributário, que é muito complexo. Se comparar com os dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), nós vamos ver que além da carga tributária ser elevada, o custo para pagar imposto e a insegurança jurídica é enorme”, ressaltou. Alckmin deu um exemplo que deixa claro o argumento: “Um imposto, o ICMS, tem 27 leis diferentes e mais de 200 alíquotas”.
Mesmo diante desse horizonte, Alckmin fez questão de mostrar confiança. “Estou otimista. Está maduro o Projeto de Reforma Tributária. Discutido, debatido. Ela vai ajudar muito, porque traz eficiência econômica, simplificação e ajuda nas exportações”, ponderou.
Ao longo de sua apresentação, o presidente em exercício também abordou temas como o marco fiscal, que está sendo discutido no Congresso; a inflação, que está em queda no país, o que ajuda na competitividade; a importância que os recursos humanos têm nessa equação, ou seja, na formação de profissionais cada vez mais conectados com as mudanças de nosso tempo; e o peso que inovação, pesquisa e desenvolvimento têm nesse processo.
Fonte: Comunicação / Palácio do Planalto