O chefe da unidade estadual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Kern Gomes, foi à tribuna da Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira (23) falar sobre a realização do Censo Demográfico Brasileiro de 2022, que acontece entre os meses de agosto e outubro.
Conforme o dirigente, o Censo Demográfico é realizado pela instituição desde o ano de 1940 e tem o objetivo de formar um retrato mais próximo possível da realidade do país em determinado momento, possibilitando, assim, a elaboração de políticas públicas mais precisas.
Como exemplo, ele afirmou que é com base nos informes gerados pelo instituto que são definidos os números de deputados, estaduais e federais, e de vereadores, bem como a distribuição do fundo de participação de estados e municípios. Até mesmo iniciativas como a recente distribuição de imunizantes contra Covid-19 entre os municípios, disse, demandou um mapa demográfico atualizado para ser realizada de forma efetiva. “Todos nós lembramos que no início da vacinação a quantidade de vacinas era muito diminuta, então a gente teve que distribuir para os municípios em função das faixas etárias”, explicou.
No Censo Demográfico são levantadas diversas informações de caráter socioeconômico e geográfico, tais como idade, sexo, cor e raça das pessoas, nível de educação, emprego, renda, condições de trabalho e de moradia. “Nós acreditamos, com muita certeza, que o brasileiro somente consegue exercer com plenitude a cidadania se conhecer a sua realidade, e o IBGE possibilita isso através das suas pesquisas”, frisou.
Operação gigantesca
Seguindo a linha estabelecida pelo instituto, o censo nacional deveria ter sido realizado ainda em 2020, mas a mobilização necessária não pode ser feita em função das restrições impostas pela pandemia de Covid-19.
Com a realização da operação de pesquisa neste ano, a previsão é que os recenseadores visitem 72 milhões de domicílios em todo o país, coletando dados de mais de 215 milhões de habitantes, espalhados por 5.570 municípios. “É uma operação gigantesca. É a maior movimentação de tropas, 200 mil pessoas, em período de paz”, comparou.
Em Santa Catarina, a estimativa é que sejam entrevistados aproximadamente 7 milhões de pessoas, em 2,3 milhões de domicílios, distribuídos por 295 municípios. Para tanto, recentemente foram contratadas 7.500 pessoas, que irão se juntar aos 500 servidores que o instituto mantém em Santa Catarina, em suas 21 unidades de coleta.
Apoio parlamentar
Tendo em vista que a realização do censo acontecerá no período eleitoral, no qual, conforme Gomes, são comuns ataques dos candidatos à credibilidade dos institutos de pesquisa, a solicitação do instituto é para que os parlamentares reforcem junto à população a lisura do trabalho realizado por seus recenseadores e estatísticos. “O que vim aqui pedir a todos os deputados é que digam aos seus eleitores para que acreditem na pesquisa do IBGE. Ela tem credibilidade, é fidedigna, e nós não representamos nenhum governo, mas sim o Estado brasileiro.”
Ao final, o deputado Moacir Sopelsa (MDB), que preside a Assembleia Legislativa, destacou a importância do instituto para o país e a forma como Roberto Kern Gomes vem atuando para a realização do recenseamento da população catarinense. “O IBGE é uma instituição que merece todo o nosso respeito e reconhecimento. E parabéns a você, Roberto, e toda sua equipe, por trabalhar para a realização deste trabalho, que vai possibilitar termos as informações de que tanto necessitamos.”
O deputado Ismael dos Santos (PSD), que abriu espaço na sessão para o pronunciamento do dirigente, também se manifestou na mesma linha. “O IBGE oferece essa visão mais plena, mais completa do Brasil, compilação e análise de informações estatísticas, geográficas. Enfim, é uma ferramenta indispensável, como o Roberto bem colocou, para o exercício da plena cidadania.”
Fonte: Alexandre Back / Agência AL