Deputados estaduais do PL e do PP criticaram a volta das invasões pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), enquanto membros do MDB e PSD apelaram ao governo para melhorar a infraestrutura elétrica das escolas estaduais na sessão de terça-feira (7) da Assembleia Legislativa.
“(O MST) estava isolado no Nordeste, em São Paulo, mas agora já se vê no Rio Grande do Sul e tem batido à porta de Santa Catarina. Alguns estados, como São Paulo, têm montado centros de inteligência na Polícia Civil para supostos ataques terroristas”, informou Carlos Humberto (PL).
O deputado noticiou protocolo de indicação ao governo do estado sugerindo o monitoramento do MST.
“Se vierem incomodar em Santa Catarina, que sejam reprimidos com rapidez, dando um recado claro que aqui eles não terão vez”, encerrou Humberto.
Altair Silva (PP) concordou com o colega e comparou a repressão ao MST à prisão dos militantes que invadiram e depredaram partes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Vivemos em um estado democrático de direito e presume-se que os direitos são iguais para todos, se valeu para o dia 8 de janeiro, também tem de valer para as invasões do MST que seguem em escalada Brasil afora”, sentenciou Altair.
Antídio Lunelli (MDB) também repudiou as invasões.
“No governo Lula e Dilma foram três mil invasões; no governo FHC foram 2,4 mil, com fazendas queimadas, laboratórios destruídos”, pontuou Lunelli, informando em seguida que no governo Bolsonaro foram apenas 11 invasões em 2021. “Agora sentindo-se autorizados pelo governo federal, as invasões voltaram a acontecer, iniciaram com o que foi anunciado como carnaval vermelho”.
Por outro lado, Emerson Stein (MDB) lamentou que cerca de 790 escolas, 70% do total, tenham problemas na rede elétrica, não suportando o funcionamento de ar-condicionado, projetores e lousas digitais, e sugeriu ao governo uma parceria com a Celesc para substituir as redes elétricas das escolas.
“Indicamos uma parceria entre a Celesc e a Secretaria de Estado da Educação (SED) para dar suporte à infraestrutura elétrica. É mais barato para o estado, não precisa licitar uma empresa, a Celesc pode fazer”, argumentou Stein, que reconheceu o alto custo das obras, que além da troca da rede propriamente dita, requer a construção de subestações que custam cerca de R$ 300 mil cada.
Napoleão Bernardes (PSD) acompanhou o ex-prefeito de Porto Belo.
“Uma força tarefa como a proposta de Vossa Excelência para que a qualidade da educação possa avançar”, declarou Napoleão.
Regional da Celesc em Concórdia
O líder do governo, Massocco (PL), anunciou a decisão da diretoria da Celesc de recriar a Agência Regional da empresa em Concórdia.
“Após levantamentos a equipe entendeu a necessidade de voltar a ser regional, há muito tempo Concórdia estava subordinada à Regional de Chapecó. Fico feliz por ter participado deste pleito tão importante, considero uma vitória para Concórdia e região”, discursou Massocco, que previu maior eficiência na prestação de serviços da Celesc na região do Alto Uruguai.
Qualificação profissional
Napoleão Bernardes defendeu na tribuna a qualificação e a requalificação profissional para criar empregos com maior valor agregado.
“Os números indicam que os trabalhadores, cada vez mais, mesmo para os postos já existentes, terão necessidade de requalificação profissional”, afirmou o ex-prefeito de Blumenau, que citou o caso do Programa Entra 21, que desde 2006 já formou 6 mil jovens para trabalhar no setor de tecnologia.
De acordo com Napoleão, o programa conta com recursos privados e públicos, estes vindos do município de Blumenau e do governo do estado. “É diploma em uma mão e carteira de trabalho na outra, 80% de empregabilidade no ato da formatura”.
Matheus Cadorin (Novo) avaliou que o maior gargalo do setor de tecnologia é a mão-de-obra, mas a boa notícia é que não há falta de mão-de-obra para receber capacitação.
“Que as vagas propostas sejam financiadas pela empresa que já precisa de mão de obra, depois o aluno paga com o salário”, explicou Cadorin, acrescentando que na recém criada Secretaria de Tecnologia haverá uma gerência específica para a formação profissional.
Os prefeitos querem saber
Emerson Stein afirmou que os prefeitos de Santa Catarina querem notícias sobre o Plano 1000 e dos convênios que foram assinados em 2022.
“A gente quer saber para passar para a sociedade. Porto Belo, por exemplo, são dois convênios assinados no início de 2022, foi licitada a obra, feito o contrato, mas não foi paga nenhuma parcela, ainda bem que o prefeito não deu ordem de serviço, mas teve prefeito que deu”, descreveu Stein.
Pix para taxas e impostos
Matheus Cadorin destacou projeto de lei que protocolou permitindo o pagamento de taxas e impostos via Pix.
“O projeto obriga o governo a ter opção por Pix para taxas e impostos, projeto simples, direto e com o objetivo de facilitar a vida catarinense. O Pix não tem taxa e a compensação é imediata”, justificou Cadorin, que citou o caso de pagamento de IPVA atrasado no momento em que se é parado em uma blitz. “Paga na blitz, sem retenção do veículo”.
Cavalos soltos
Sérgio Guimarães (União) exibiu no telão da tribuna vídeo de um acidente grave envolvendo um veículo e um cavalo, em Palhoça.
“Temos um problema sério com cavalos soltos, sabemos que muitas famílias dependem deles para a sobrevivência, por isso faço um apelo às autoridades de Palhoça: tem um projeto de lei foi aprovado, mas que ainda não tinha sido sancionado, felizmente graças ao apelo o prefeito sancionou a lei que substitui a tração animal pelos “cavalos de lata” (veículos tracionados por pedal)”, discursou Guimarães.
Segundo o deputado, nos casos dos trabalhadores com problemas de locomoção, a lei prevê a doação de “cavalos de lata” motorizados.
Dona Cilda
Maurício Peixer (PL) ressaltou a passagem do Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira, dia 8, e homenageou a mãe, dona Cilda (86), que faleceu na última sexta-feira.
Peixer contou que mãe teve oito filhos, dos quais nasceram 31 netos e 35 bisnetos. Empenhada em ajudar o marido no sustento da família, dona Cilda trabalhou em um venda (casa de comércio de secos e molhados), além de ter aberto uma pensão para abrigar trabalhadores da BR-280.
“Super protegeu todos os filhos e criou-os com muito amor. Sabia o nome de todos da família, a data de aniversário de todos e cuidava de todos”, revelou, emocionado, o representante de Joinville.
Vida Ativa
Fernando Krelling (MDB) falou sobre programa do governo do estado de São Paulo destinado a pessoas com mais de 60 anos.
“Semana passada conheci um programa em São Paulo voltado à saúde pública, Vida Ativa, para pessoas acima de 60 anos com faixa salarial de até três salários mínimos. Eles recebem um cartão magnético com saldo de R$ 100 mensais para que possam usufruir de atividades de exercício físico, dança, pilates ou academia”.
Antonieta de Barros
Luciane Carminatti (PT) celebrou na tribuna a memória de Antonieta de Barros, que foi a primeira deputada estadual barriga-verde, além de professora, jornalista e feminista.
“Lutou pela igualdade de direitos para as mulheres e negros, a primeira mulher negra eleita para cargo público, em 1934; fundou a primeira escola para meninas negras e continuou a lutar pelo direito das mulheres e dos negros, a lutar pela educação inclusiva”, anotou Carminatti.
A parlamentar reforçou seu compromisso de seguir os passos de Antonieta e ainda criticou que parlamentares que se apresentam como antifeministas aceitem “receber honrarias que destacam Antonieta de Barros”.
Fonte: Agência AL