Torcida foi fundamental no ano do Figueirense. Foto: Patrick Floriani/FFC

Acabou. Após 363 dias o Figueirense encerrou suas atividades do ano de 2022 e o último ato foi uma derrota para o Camboriú em um jogo treino com portões fechados. 2022 ficou marcado por desapontamentos para o torcedor Alvinegro, que após uma vitória memorável no clássico da Recopa Catarinense, se viu frustrado com a eliminação para o recém-chegado Camboriú no estadual, desapontado com um time que foi incapaz de fazer um gol contra o ABC (ou de empatar fora de casa) e quando as luzes já estavam se apagando, ainda deu tempo de uma derrota no saldo de gols na semifinal da Copa SC que tirou 600 mil reais das contas do clube graças a perda da vaga pra Copa do Brasil.

É, não foi fácil. Porém, vamos olhar pro futuro do Alvinegro. Um futuro que apesar de tudo isso parece animador.

Fora de campo, o Figueirense vive uma estabilidade não vista há muitos anos. Empréstimos encaminhados, estádio regularizado e uma lista de endividados que parou de aumentar a cada semana são todos sinais que o clube caminha na direção correta. A diretoria do clube está encabeçada por pessoas competentes e que têm os interesses do clube acima dos seus, uma mudança drástica dos tempos de Claudio Honigman e a Elephant. Paulo Prisco Paraíso descreveu a situação melhor do que eu poderia: “O medo do Figueirense deixar de existir acabou.” Essa vitória ninguém consegue tirar e é uma que torcedores de outros times podem nem compreender, pelo fato de que nunca sentiram essa angústia.

Dentro de campo o futuro também parece animador. Enquanto em um momento inicial as contratações do clube foram muito criticadas por torcedores, neste momento o patamar delas parece ter aumentado. Exemplos disso são os nomes de Gustavo França e William Matheus, dois jogadores que têm nível de Série B. Se a volta de Rodrigo Bassani se confirmar não acho que seria exagero considerar o Figueirense um dos favoritos para o Catarinense. Falando com a imprensa no jantar sediado pelo Figueirense no dia 22/12, o novo presidente do clube, José Tadeu, afirmou que sua filosofia para o campo era: “Vamos montar um time competitivo pro estadual, aproveitar a pré-temporada e se reforçar onde acharmos necessário para a Série C.”

E o técnico? Vai dar conta? Difícil dizer nesse momento. Cristóvão Borges é uma grande figura do futebol, treinou times grandes e jogou em times campeões, mas há anos que não tem um trabalho verdadeiramente bom. Será necessário pelo menos quatro ou cinco partidas para confirmar se Cristóvão terá a competência necessária.

Um jogo treino não impacta nada. O treinador terá 12 dias para preparar sua equipe pra estreia do campeonato no dia 14/01 contra o Atlético Catarinense, um jogo no qual a expectativa geral é de que o Figueirense vença e que se torna mais importante ao ver o segundo jogo do Alvinegro. 12 Horas de viagem até Concórdia pra enfrentar um time que sempre joga duro em seu estádio.

Independente do estadual, todo mundo sabe que se conseguir o acesso para Série B o ano valeu a pena. Em 2022 o Figueirense não conseguiu, mas o time parece ter aprendido com alguns de seus erros. Está montando um elenco mais forte, trouxe um técnico que tem experiência o bastante pra não fracassar fora de casa rodada após rodada e está com um discurso mais transparente, sendo honesto em relação às expectativas e à realidade do clube. Que 2023 traga o acesso e muito sucesso para o Estádio Orlando Scarpelli. Feliz ano novo pra todos!