O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na tarde desta quinta-feira, 11 de abril, do lançamento da pedra fundamental do campus Sol Nascente do Instituto Federal de Brasília (IFB). A unidade integra o plano de expansão dos institutos federais via Novo PAC. O investimento previsto é de R$ 2,5 bilhões para a construção de 100 novos campi pelo Brasil, com a meta de gerar 140 mil novas vagas de educação profissional.
Lula reafirmou sua obsessão em melhorar a educação brasileira por entender os investimentos como essenciais para o desenvolvimento de uma nação. “Não conheço nenhum país do mundo que tenha evoluído sem que antes tenha investido na educação. E tenho obsessão pela educação porque é a formação profissional que faz as pessoas viverem melhor”, declarou.
“Eu fui o primeiro filho da minha mãe a tirar um diploma primário. Depois, fui o primeiro filho da minha mãe a fazer um curso técnico profissional. Por isso, arrumei um bom emprego e fui o primeiro a ter casa própria, televisão, geladeira, carro”, continuou o presidente.
Para o ministro da Educação, Camilo Santana, participar da retomada de programas como Escola em Tempo Integral, Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e reajuste na alimentação escolar são demonstrações do compromisso e sensibilidade do Governo Federal em reconstruir as políticas de educação em todas as regiões do Brasil.
“A educação foi incluída no Novo PAC e hoje são mais de 100 institutos federais lançados em todos os estados do país”, ressaltou. “O presidente Lula foi o que mais fez, na história deste país, pelos institutos federais e pela educação superior. Foi o presidente que mais criou universidade, que mais criou institutos federais e volta agora para reafirmar o seu compromisso com a educação pública, com as crianças, com os jovens e com o futuro desse país”, completou.
Os novos campi de institutos federais vão atender regiões que ainda não possuem unidades ou que registram número baixo de matrículas em cursos técnicos de nível médio em relação à população da região. No Distrito Federal, serão duas novas unidades: além de Sol Nascente, haverá uma em Sobradinho.
Cada nova escola tem custo estimado de R$ 25 milhões, com R$ 15 milhões em infraestrutura e R$ 10 milhões para equipamentos e mobiliário. Quando estiverem concluídas, a expectativa é de que gerem, cada uma, 1.400 vagas, majoritariamente de cursos técnicos integrados ao ensino médio.
TRANSFORMAR VIDAS — A reitora do Instituto Federal de Brasília e professora vocacional há 32 anos, Veruska Ribeiro Machado, falou da importância de um projeto como este para todos os alunos, alunas e profissionais da educação. “Todos os dias eu acompanho a transformação de vidas. Essas vidas transformam os territórios em que elas estão inseridas. É isso que a gente pretende trazer para o Sol Nascente: pessoas transformadas transformam suas vidas”, pontuou.
OPORTUNIDADES — Crescida em Ceilândia (DF), Thais Moreira fez o curso de “Tecnólogo em Produção de Áudio e Vídeo” no campus do IFB na região administrativa do Recanto das Emas, e celebrou os avanços na área educacional. “Represento todos os estudantes que passaram pelos Institutos Federais e tiveram a oportunidade de concluir seus estudos, seja no ensino médio, ensino superior, tecnólogo ou educação de jovens e adultos. Sempre estudei em escola pública e nenhum outro lugar como o instituto federal me acolheu, em principal os docentes, que fizeram toda a diferença na sala de aula, estimulando os estudantes a sonharem com lugares que nunca foram tangíveis aos nossos olhares”, relatou.
Também presente no lançamento, a estudante Melissa dos Anjos Silva, de 10 anos, entregou uma cartinha ao presidente Lula agradecendo a ele por melhorar a vida de brasileiros e brasileiras. “Tem muita criança que não tem oportunidade de aprender e é muito bom o povo ter um futuro. Queria dizer muito obrigada por salvar o nosso Brasil, porque estava em uma situação muito ruim”, escreveu.
“É uma oportunidade para que as famílias da comunidade tenham esperança de uma vida melhor”. A frase é de Anderson Silva, professor de geografia do Centro Educacional 619 de Samambaia Norte. “Esse instituto é de suma importância para a periferia, oferecendo oportunidades para as pessoas que não têm acesso à educação e muito menos acesso a cursos profissionalizantes. É uma oportunidade para que essas famílias venham a ter uma vida melhor no futuro”, expressou o educador.
EMPOLGAÇÃO – Gustavo Michel, de 19 anos, estudante do Centro Educacional 619 de Samambaia Norte, compartilha a mesma empolgação. “O IFB vai ser importante porque muitos jovens da comunidade largam os estudos por falta de entusiasmo e oportunidades, e agora isso vai poder mudar, para que nós, da comunidade, tenhamos um pouco de esperança”, completou.
Maeli Lopes, de 23 anos, é mãe de duas filhas e expressa felicidade com a chegada do instituto à região administrativa do Sol Nascente. Para ela, essa iniciativa é mais do que a construção de uma instituição: é um símbolo de que agora ela pode sonhar com um futuro melhor para suas filhas. “Fico feliz em saber do instituto aqui no meio da periferia. O instituto é mais do que uma construção, é a certeza de que minhas filhas podem ter um futuro bem melhor que o meu, porque vão ter mais oportunidades”, destacou.
SOL NASCENTE – Região administrativa do Distrito Federal, o Sol Nascente é um dos maiores “aglomerados subnormais” do Brasil. De acordo com o Censo 2022, a região tem mais de 87 mil moradores e mais de 32 mil casas, crescimento de 31% na comparação com 2010. A região fica a 35 quilômetros do centro de Brasília e superou a Rocinha, no Rio de Janeiro, em número de residências e habitantes.
A freira e líder comunitária do Sol Nascente Marly Quermes expressou um misto de emoção, nervosismo e alegria em poder presenciar o lançamento da instituição educacional em sua comunidade. “A nossa missão no Sol Nascente tem diversas frentes, mas, de forma especial, a educação. A inauguração da pedra desse instituto significa para a nossa comunidade – que é tão empobrecida, onde o povo vive em situação de vulnerabilidade, sem infraestrutura básica, sofre com a fome e com toda forma de abandono – muita importância na geração de oportunidades de educação e trabalho, de protagonismo para as nossas mulheres”, discursou.
INVESTIMENTO – O plano de expansão dos institutos federais marca a retomada de investimentos do Governo Federal nesta área, quase 10 anos após a última expansão estruturada da Rede Federal. Também celebra uma das políticas educacionais mais bem-sucedidas no âmbito da educação, levando cursos técnicos e superiores gratuitos e de qualidade às localidades mais distantes dos grandes centros, tornando-se uma das redes mais capilarizadas na oferta de cursos técnicos, superiores e de pós-graduação. Além da expansão, o Novo PAC contempla R$ 1,4 bilhão para a consolidação de unidades dos institutos federais já existentes, com a construção de refeitórios estudantis, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.
HISTÓRICO – Em 29 de dezembro de 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 11.892, criando 38 institutos federais. Até 2002, o Brasil tinha 140 escolas técnicas. Nos governos Lula e Dilma Rousseff, houve a maior expansão da história da Rede Federal, que é formada pelos institutos federais; pelos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets); pelas Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades Federais; pelo Colégio Pedro II e pela UTFPR. Foram criados 422 campi entre os anos de 2005 e 2016, sendo 214 entre 2005 e 2010, além de 208 entre 2011 e 2016. Nesse período, também foram entregues ou incorporadas à Rede outras 92 unidades. Atualmente, são 682 unidades e mais de 1,5 milhão de matrículas. Com os novos 100 campi, a Rede Federal passará a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de IFs.
Fonte: Comunicação | Palácio do Planalto