Lideranças de outros países amazônicos também se posicionam favoráveis à união de forças para melhores resultados em favor da preservação da floresta e da qualidade de vida de seus povos.
m discurso de abertura na segunda parte da reunião da Cúpula da Amazônia, na qual os representantes dos países convidados expuseram seus posicionamentos sobre a região, na manhã desta terça-feira (8/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da participação de todos na construção da nova Amazônia que se deseja. Segundo ele, a região é uma grande incubadora de conhecimento e tecnologia e pode guardar soluções para inúmeros problemas da humanidade, da cura de doenças ao comércio mais sustentável.
Lula definiu como extraordinária a experiência de participação social dos Diálogos Amazônicos, que reuniu diferentes interessados para discutir os rumos da floresta, e disse esperar que a experiência seja um marco na retomada da interação entre as sociedades e os governos da região.
“É preciso valorizar o papel dos prefeitos, governadores e parlamentares. Não se faz política pública eficaz sem participação de quem conhece o território. Espero que cada pessoa, cada cidade, cada rio e cada árvore da nossa vasta floresta encontre seu lugar nessa visão de uma nova Amazônia que nasce a partir desta Cúpula”, disse o presidente.
Segundo Lula, o cuidado com a Amazônia deixará um legado de bem-estar, prosperidade e justiça social aos países que buscam alternativas para o desenvolvimento sustentável da região, com cidades mais verdes, ar mais puro, rios sem mercúrio e floresta em pé.
“A Amazônia será o que nós quisermos que ela seja. Uma Amazônia com comida na mesa, trabalho digno e serviços públicos ao alcance de todos. Uma Amazônia com crianças mais saudáveis, migrantes bem acolhidos, indígenas respeitados e jovens mais esperançosos. Uma Amazônia que desperta e toma consciência de si mesma”, disse aos colegas sul-americanos que também detêm parte da maior floresta tropical do planeta, da qual o Brasil cobre 60%.
Os representantes dos demais países amazônicos também se posicionaram sobre a situação da floresta e a necessidade de conter as ameaças e preservar a biodiversidade da região. “Na história da Amazônia, nunca antes vivemos uma situação como a que estamos vivendo neste momento. As florestas, rios e a Amazônia como um todo estão enfrentando uma ameaça estrutural que ameaça a vida. E nunca antes como hoje foi tão preciso nos conscientizarmos dessa situação e trabalhar por isso”, disse Luis Arce, presidente da Bolívia.
Gustavo Petro, presidente da Colômbia, propôs a criação de um centro científico comum de pesquisa sobre a Amazônia para pensar e analisar os riscos e potencialidade da região, como o fortalecimento da bioeconomia. “A bioeconomia não vai surgir sem pesquisa. São coisas que já estão em processo, mas acredito que deveríamos dar um salto, justamente a partir do tratado dos países amazônicos, para que surja um forte centro de pesquisa científica em torno da floresta”.
“Estamos aqui para propor abrir novos espaços de participação, por exemplo, uma rede de povos indígenas e comunidades locais, um fórum de diálogos para cidades amazônicas, bem como ações conjuntas para proteger as pessoas e as entidades defensoras dos direitos humanos e do meio ambiente”, afirmou Dina Boluarte, presidenta do Peru. Segundo ela, “a Amazônia, com rosto humano, significa que a região, um território soberano dos oito países, deve ser reconhecida como uma fonte de vida para toda a humanidade”.
O chanceler do Suriname, Albert Ramdin, também destacou a importância de os países amazônicos unirem esforços para aumentar a cooperação científica e tecnológica. Mark Phillips, primeiro-ministro da Guiana, disse ser preciso que os países se unam para que os compromissos estabelecidos na Cúpula da Amazônia sejam cumpridos, em benefício de todos.
Fonte: Comunicação / Palácio do Planalto