Nos últimos quatro anos, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) mudou de tamanho, ampliou atividades e se tornou mais conhecida. Ficou de cara nova, mais moderna e conectada com o ecossistema catarinense de ciência tecnologia e inovação.
Para garantir essas transformações, a gestão implementada em 2019 foi na base para mudar a relação e a mentalidade das pessoas que se relacionam com a fundação, sejam participantes de editais e programas, sejam colaboradores internos.
O primeiro passo rumo ao futuro da Fapesc foi ouvir o ecossistema, saber as necessidades e as demandas. É o que o presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen, chamou de “furar a bolha”.
“A Fapesc, nesses quatro anos de gestão (de 2019 a 2022), avançou muito na interlocução com o ecossistema de ciência, tecnologia e inovação. Se aproximou muito de atores chaves e fez muitas parcerias para desenvolver ações e programas que beneficiavam a sociedade, trazendo mais recursos, mais oportunidades e gerando muitos projetos que faziam sentido para solucionar demandas do Estado”, destaca.
A partir dessas informações coletadas inicialmente, foi possível definir as ações futuras e segmentar as chamadas públicas, ampliando o número de participantes, de projetos aprovados e regiões contempladas.
Entender o ecossistema permitiu à Fapesc se apresentar para a sociedade catarinense e mostrar o que realiza, não somente destinar recursos. Também fazer conexões, integrar, apoiar o desenvolvimento e levar o conhecimento gerado nas universidades para o mercado.
Gestão em números
A Fapesc destinou mais de R$ 315 milhões em investimentos para o ecossistema catarinense de ciência, tecnologia e inovação em quatro anos. Esses recursos se reverteram em 157 editais de chamada pública e contemplaram mais de 2050 projetos em todo o estado.
Para se ter uma ideia, mais de 280 organizações foram beneficiadas, entre universidades, instituições de ciência, tecnologia e inovação, centros de inovação, incubadoras e startups de 68 municípios.
Esses investimentos vão impactar no curto, médio e longo prazo com desenvolvimento de novas pesquisas e busca por soluções de problemas atuais da sociedade, assim como a criação de novas tecnologias e o lançamento de negócios inovadores em Santa Catarina.
“Em 2019, tínhamos a expectativa de implementar programas em todas as regiões do estado e tivemos a grata satisfação, através de um trabalho árduo e colaborativo, conseguimos efetivamente ter ações em todas as regiões”, lembra Holthausen. “Hoje estamos contemplando projetos em todas as universidades, todos os programas de stricto sensu, todo o ecossistema empreendedor e de ciência tem ações de fomento da Fapesc nessa gestão do Governo do Estado”, finaliza.
As mudanças na Fapesc começaram de dentro para fora. Primeiramente, foi realizada uma reestruturação das diretorias e gerências. Todas as atividades foram divididas em duas partes: uma técnica e outra administrativa.
Dentro da Diretoria de Ciência, Tecnologia e Inovação, foram criadas três novas gerências: a de Ciência e Pesquisa; a de Eventos em CTI, que cuida também da parte de bolsas, e a de Inovação. Aliás, a Fapesc é uma das poucas fundações de amparo à pesquisa que dá amplo destaque à inovação, incluindo a área no nome.
A Diretoria Administrativa começou com Gerência de Administração e Finanças e de Tecnologia da Informação (TI). Depois, para dar conta da demanda, foi ampliada para ter mais duas: uma de Prestação de Contas e outra de Compras.
Por fim, a fundação lançou o primeiro concurso público de sua história, com 30 vagas para os setores técnicos e administrativos.
Pela primeira vez, a Fapesc conta com uma equipe de comunicação, atrelada ao gabinete, responsável por divulgar as ações da Fundação e a criar produtos de difusão do conhecimento, como a Revista Fapesc.
Ainda na área de comunicação, a fundação ficou de cara nova com o lançamento de uma marca mais moderna, mais colorida e que desse conta das diferentes atividades realizadas pela Fapesc. O novo material ganhou destaque e normatizou as publicações e os materiais institucionais.
Os primeiros meses de 2019 foram dedicados a entender o funcionamento da Fapesc e a relação que estabelecia com os atores do ecossistema de ciência, tecnologia e inovação. Além de confirmar o que já estava sendo feito, também foi analisado os potenciais da fundação, o que mais poderia ser feito e da melhor forma.
Começou então um planejamento estratégico que culminaria na mudança de estrutura, de redefinição dos temas das chamadas públicas – focadas em problemas da sociedade – e na regionalização da distribuição de recursos.
“Em 2019 precisamos conhecer a fundo a Fapesc, programas e ações em andamento. Por ter vindo do ecossistema tinha algumas ponderações e até críticas e como gestor precisava enfrentar as questões e atuar para trazer melhorias na gestão e inovação nas ações”, recorda Holthausen. “Efetuamos nosso planejamento estratégico baseado em indicadores e necessidades do ecossistema e buscamos ampliar os recursos para poder atender ao ecossistema, seus anseios e necessidades.”
Ainda no primeiro ano foi possível perceber o impacto das mudanças, com novos editais e programas e maior conexão com as instituições de todo o estado, com lançamento de 19 chamadas públicas, mais do que o dobro do ano anterior.
O ano de 2020 mudou o mundo. Assim como governos, empresas e a sociedade em geral, a Fapesc também foi desafiada com a pandemia de Covid-19 e passou por importantes transformações. Modernizou o jeito de trabalhar e acelerou inovações. Afinal, a situação inédita em que todos se encontravam exigia soluções rápidas da ciência, da tecnologia e da inovação para resolver problemas não imaginados até então.
Toda a equipe da fundação foi para o trabalho remoto e, rapidamente, foram realizadas melhorias para garantir o andamento dos trabalhos. Foram atualizados os equipamentos, como computadores, alterados protocolos e o atendimento ao público se tornou virtual.
A Fapesc passou a receber processos e documentação por e-mails e a agendar atendimentos via WhatsApp, principalmente para prestação de contas. Também lançou editais para reduzir os efeitos da pandemia, tanto na área da saúde quanto da economia e no lançamento de produtos para combater o vírus. Foi um ano para rever processos, acelerar modificações e rever estratégias.
Após muito planejamento e a reavaliação de alguns objetivos, a Fapesc pode acelerar os trabalhos e lançar novos projetos ao longo de 2021, com a redução da pandemia e a reabertura dos mercados. Foi o ano mais produtivo da fundação, que resultou no número recorde de editais lançados – 50 ao todo – e investimentos inéditos.
Um dos destaques do ano foi o edital de bolsas, que permitiu destinar mais de R$ 56 milhões, pela primeira vez na história, aos estudantes de mestrado e doutorado de todas as instituições catarinenses.
Ainda em 2021, a Fapesc começou um movimento em comemoração aos 25 anos, que seria em 9 de janeiro de 2022. Um dos destaques para o que foi chamado de Jornada dos 25 anos da Fapesc é mapeamento inédito de todo o ecossistema de CTI catarinense, que vai resultar em 25 livros impressos e digitais. Os projetos estão em andamento.
O ano também foi marcado por forte parceria com os órgãos públicos do Governo do Estado, levando ciência e inovação para dentro de secretarias e instituições públicas. Diversos editais contemplaram pesquisas, inovações e a seleção de bolsistas para áreas como turismo, agricultura, meio ambiente e desenvolvimento econômico.
Por fim, a Fapesc também abriu espaços para que jovens pudessem fazer parte do ecossistema de CTI. Além do já tradicional Programa Nascer de Pré-Incubação de Ideias, também investiu em um Programa de Empreendedorismo Universitário e na formação de desenvolvedores, atendendo a uma demanda crescente do mercado de tecnologia catarinense. Os resultados desses programas vão repercutir em Santa Catarina nos próximos anos.
O ano de 2022 ainda não acabou, mas já é possível avaliar os resultados do planejamento que iniciou lá em 2019. As mudanças ganharam força e a Fapesc se apresenta agora como um órgão determinante nas ações de ciência, tecnologia e inovação em Santa Catarina.
Neste ano, conseguiu tornar tradicionais editais que até então eram inéditos, como o Programa Nascer de Pré-Incubação de Ideias e o Acelera Startup SC. E as comemorações e homenagens, com o Prêmio Fapesc de Jornalismo em CTI e o Prêmio Inovação Catarinense.
Também se manteve antenada nas demandas que a sociedade pedia. Criou um programa dedicado a incentivar mulheres no setor de tecnologia e inovação, o Programa Mulheres+Tec, como também apoiou de forma mais assertiva inovações para a mobilidade elétrica com o SC+Elétrica.
Marcando também o aniversário dos 25 anos da fundação, a Fapesc também ampliou o reconhecimento dos parceiros de trabalho. Para isso, lançou o primeiro Prêmio de Pesquisa Fapesc, que irá reconhecer os talentos da ciência em todos os níveis e áreas.
Fechando esse ciclo, Holthausen diz ter um sentimento de dever cumprido em relação com o ecossistema de CTI. “Geramos muitas oportunidades e trouxemos recursos para ativar as diversas regiões. Também nos aproximamos de diversos atores estaduais, nacionais e internacionais para gerar ações e programas para Santa Catarina, enfrentando problemas estaduais com colaboração de pesquisadores e empreendedores”, diz.
Para o futuro, o presidente admite que ainda é necessário melhorias em processos burocráticos, qualificação de programas e mais fomentos e recursos para mobilidade e internacionalização de pesquisas, instituições e negócios. “Precisamos manter nossos talentos, capacitá-los e atrair novos talentos para nosso estado e a Fapesc tem papel decisivo para isso” conclui Holthausen.
Fonte: Secom