O Governo do Estado lançou nesta segunda-feira, 4, em evento on-line, um programa interno para orientar os servidores públicos sobre o que caracteriza assédio moral no trabalho e o que fazer se sofrer esse tipo de violência. O evento reuniu cerca de 600 participantes e contou com palestras de especialistas e a apresentação de um site específico sobre o tema, entre outros materiais de divulgação e ferramentas de pesquisa.
A iniciativa da Controladoria-Geral do Estado é consequência de um levantamento recente com servidores que verificou a existência de risco de assédio moral e sexual em 70% dos órgãos e entidades do governo. O mapeamento foi uma ação do Programa de Integridade e Compliance do Estado, coordenado pela CGE, para orientar a elaboração dos planos de ação nos órgãos e entidades em benefício dos princípios éticos.
O controlador-geral do Estado, Marcio Cassol, pediu o apoio dos servidores para disseminar o programa em suas repartições. “A prevenção ao assédio moral tem o objetivo de mitigar os riscos e evitar situações que comprometam o bom desempenho da gestão pública e a dignidade do servidor. Desejamos um ambiente agradável, com foco nos resultados para o cidadão”, destacou.
Uma das ações do Programa prevê a aplicação de uma pesquisa de percepção do assédio moral junto aos servidores para conhecer a maturidade em relação ao tema. “Nós já fizemos esse trabalho na CGE e agora queremos ter um grande diagnóstico para balizar nossas ações. É uma pesquisa que será reaplicada ao longo dos anos para que possamos avaliar a efetividade do programa”, explica Marisa Zikan, diretora de Integridade e Compliance da CGE.
Gestão por cooperação e responsabilidade das organizações
Na primeira palestra do evento, a pesquisadora Lis Soboll, doutora em Medicina Preventiva pela Universidade de São Paulo e professora licenciada da Universidade Federal do Paraná, falou da urgência das instituições em buscar um posicionamento a respeito do assédio moral. Ela defendeu uma gestão por cooperação, baseada no diálogo e respeito. “Todos precisamos ser vigilantes porque o assédio está sempre nos rondando na expectativa exagerada que colocamos no outro”.
Na segunda palestra, a psicóloga Grazilelly Bagenstoss, doutora em Direito e em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, reforçou a responsabilidade das instituições com o tema. Para ela, as têm o compromisso de assumir a prevenção e o enfrentamento ao assédio moral por meio de normativos claros, que tenham o objetivo de comunicar a cultura organizacional. “A instituição precisa definir e deixar claro os limites das relações”, destacou.
O evento ficou gravado no Youtube do Governo do Estado. Assista aqui
Fonte: Secom