ANA BOTTALLO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A inteligência artificial já está no cotidiano das pessoas, no algoritmo de seleção de filmes e séries em plataformas digitais, na seleção de propagandas e conteúdos “personalizados” em smartphones, no acesso a locais de segurança como aeroportos e outros.

Agora, a análise de exames de imagem por inteligência artificial (IA) está muito mais próxima também do nosso dia a dia –e daquele dos brasileiros.
Tomografia computadorizada mostra câncer de pulmão Voisin/Science Source Tomografia computadorizada colorida (nas cores vermelha e azul) mostra pulmão com câncer Lançado oficialmente em toda a rede de laboratórios de medicina diagnóstica em março deste ano, mas já utilizado experimentalmente em alguns centros desde abril de 2019, o Fleury acaba de incorporar nos exames de imagem da rede o uso de uma ferramenta de IA chamada Aidoc.


Desenvolvido em Israel, o programa consegue detectar em até 15 minutos diagnósticos considerados críticos em exames de tomografia de tórax, como por exemplo a formação de coágulos que podem causar uma embolia pulmonar. O procedimento não substitui a avaliação médica, mas ajuda na organização do fluxo de exames realizados para auxiliar o responsável técnico a identificar uma alteração rapidamente e comunicar a equipe médica.


Com a aplicação da inteligência artificial, o laboratório diz que já conseguiu salvar 656 vidas. “Nós já estávamos testando o programa havia dois anos e a decisão de ampliar o uso para a rotina no laboratório foi porque realmente vimos um benefício muito grande, pacientes que tiveram um diagnóstico e um tratamento antecipado por causa da IA”, explica Bruno Aragão Rocha, coordenador médico de inovação do Grupo Fleury.


A ampliação do uso da IA em todos os laboratórios da rede vem acompanhada de uma expansão também dos exames em que a ferramenta é ofertada. Além da tomografia de tórax, o programa foi implementado também para os exames de tomografia de crânio, para ajudar na identificação de hemorragia intracraniana (como, por exemplo, no diagnóstico de AVC), de coluna cervical para fraturas na região do pescoço, e de abdômen, para perfurações intestinais.

POR FOLHAPRESS