O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, nesta quarta-feira, 9 de abril, antes de participar da 9ª Reunião da Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos — a CELAC. Após o cumprimento das agendas em Tegucigalpa, capital de Honduras, Lula destacou, em entrevista à imprensa, que quer reforçar as relações comerciais entre o Brasil e o México.
“É muito importante que o México e o Brasil estejam juntos. Não apenas para ajudar a fortalecer a América Latina, mas para fortalecer o comércio entre os dois países”, afirmou. “O que eu propus para a presidenta Cláudia é que nós precisamos fazer dois grandes eventos empresariais, um no México e um no Brasil, para que os nossos empresários possam prospectar oportunidades de negócios e a gente possa aumentar a nossa relação comercial”, completou.
Lula pontuou que a ideia é realizar esses eventos a cada dois anos no Brasil e no México, num modelo semelhante ao que combinou com o governo japonês, durante a visita oficial que fez ao país asiático no fim de março. Na ocasião, Lula participou do Fórum Empresarial Brasil-Japão.
MULTILATERALISMO — Na conversa com jornalistas, Lula também expressou preocupação com os possíveis impactos das decisões dos Estados Unidos de taxar produtos importados de diversos países, como Brasil e China, e defendeu o multilateralismo. “Querer fazer negociação individual é você colocar fim no multilateralismo. E ele é muito importante para a tranquilidade econômica que o mundo precisa. Não é aceitável a hegemonia de um país, nem militar, nem cultural, nem industrial, nem tecnológica, nem econômica, sobre os outros. É importante que todo mundo tenha sua soberania respeitada e suas decisões levadas em conta”, disse.
O presidente enfatizou que o governo brasileiro adota uma posição baseada em negociações e em evitar contenciosos. “Tudo no Brasil é feito na base da conversa, na base de uma mesa de negociação. É assim que a gente quer fazer o Brasil se transformar num país de economia forte. É conversando, negociando e acordando”, explicou.
CANDIDATURA UNIFICADA — Lula abordou, ainda, a proposta brasileira de uma candidatura unificada da CELAC para que uma mulher ocupe o cargo de secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). “Eu acho que vai dar certo, porque as mulheres estão em ascensão, estão ocupando espaços cada vez melhores. As mulheres estão provando que muitas vezes têm mais competência do que o homem em muitas coisas, a mulher tem mais sensibilidade, e eu acho que o século 21 pode ser, verdadeiramente, o século da mulher”, declarou.
Fonte: Comunicação | Palácio do Planalto