Foto: Divulgação / Secom

A ideia de ressignificar redes de pesca abandonadas em praias e ilhas de Florianópolis e transformá-las em bolsas levou a empresária Daniella Kolb a buscar apoio no Programa Nascer, que apoia o desenvolvimento de ideias inovadoras e ajuda a criar produtos, serviços ou processos, por meio de consultorias, mentorias e outras formas de qualificação. O objetivo é incorporar tecnologias aos setores estratégicos das diferentes regiões do estado, consolidando o ecossistema de Ciência, Tecnologia e Inovação em Santa Catarina.

O Nascer é uma iniciativa é do Governo de Santa Catarina, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI-SC) e da Fapesc, em parceria com o Sebrae-SC.

O projeto Repescar, idealizado por Daniella e desenvolvido com a parceria de Andréa Naime, participa da quarta edição do programa, que a partir desta segunda-feira, 4, às 19 horas, dará início aos pitchs regionais. As apresentações encerram no dia 23 de março de 2024 e vão totalizar 17 eventos nos municípios polos: São Miguel do Oeste, Chapecó, Xanxerê, Concórdia, Joaçaba, Videira, Blumenau, Jaraguá do Sul, Brusque, Florianópolis, São José, Araranguá, Rio do Sul, Itajaí, Joinville, além da Turma Extra Virtual e Turma Virtual.

Atualmente, 187 projetos participam do Nascer, envolvendo 354 pessoas. Dos 187 projetos, 49% são liderados por homens e 51% por mulheres como Daniella, que teve, no período de pandemia, a vontade de fazer algo diferente. Proprietária de uma marca de bolsas, ela conta que estava andando pela praia quando, literalmente, tropeçou em uma rede de pesca abandonada e teve uma ideia. “Em um período muito complexo da vida e do meu negócio, acabei tropeçando em uma rede de pesca e levei para casa para tentar fazer uma bolsa com ela. Procurei na internet para ver se encontrava alguém que reutilizava redes de pesca para fazer bolsas e não encontrei. Pensei então em fazer bolsas que envolveriam elementos da cultura local, como a pesca e a renda de bilro. Assim nasceu a ideia do Repescar, um projeto que pretende valorizar a nossa cultura e gerar renda”, afirma.

Segundo a empreendedora, os dados de poluição no mar são impactantes: de acordo com pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU), até 2050 teremos mais lixo  que peixe no mar. “Isso é assustador! Comecei a pesquisar muito sobre o assunto e vi que precisava de ajuda. Montei uma equipe com mergulhadores profissionais e pescadores para fazer a busca pelas redes, indo das ilhas para a costa. Também buscamos na areia, fazemos uma triagem, separamos as redes de poliamida (nylon) e encaminhamos para uma empresa que transforma em micropartículas granuladas, que servirão de matéria prima para utensílios domésticos. Já as redes de polietileno são separadas para a reutilização em bolsas feitas por esposas de pescadores, esponjas e outros produtos”, conta.

Daniella enfatiza que o projeto Repescar amadureceu muito após a participação no Programa Nascer. “Antes pensávamos de um jeito e ao longo dos encontros, fomos modificando nossa visão de negócio. Acredito que 80% do projeto mudou depois que entramos no Nascer. Conhecemos pessoas, trocamos experiências e aprendemos muito com as consultorias e mentorias”.

Super Pitch Day

Após a fase dos pitchs regionais, as 17 melhores propostas desenvolvidas ao longo do Programa Nascer 4, que devem estar inscritas até dia 25 de março no edital 01/2024 – De Credenciamento de Proponentes do Programa Nascer de Pré-incubação de Ideias Inovadoras para Participação no Super Pitch Day Fapesc/SCTI/Sebrae, participarão do um evento inédito, o Super Pitch Day. As ideias inovadoras poderão receber um total de até R$ 470 mil em subvenção econômica para alavancar os projetos. Os recursos serão repassados pelo Governo do Estado, por meio da Fapesc. O Super Pitch Day está previsto para abril, em Florianópolis.

Fonte: Secom