O Senado homenageou nesta quinta-feira (20) os 63 anos da fundação de Brasília com discursos que destacaram a diversidade do povo e a riqueza cultural como valores da capital do país. A sessão especial, na véspera da data de fundação e feriado nacional, foi marcada por vários números musicais. DJ Jamaika — falecido em 23 de março —, Renato Russo e Cássia Eller foram especialmente lembrados como expoentes da música e da poesia do Distrito Federal (DF).
— Aqui temos escolas, aqui temos talentos. Para quem nunca acreditou e teima em falar mal da capital para onde mandam seus representantes, Brasília está no coração do Brasil pulsando, dizendo e mostrando o Brasil de todos os brasileiros — ressaltou o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), presidente da sessão e autor do requerimento para a realização da sessão especial.
A senadora Leila Barros (PDT-DF) enalteceu a importância da educação pública, dentro da qual começou a sua prática esportiva. Ela definiu Brasília como cidade baseada em um modelo de acolhimento, pluralidade e inovação.
— Sinto orgulho de pertencer a essa população diversificada, composta de pessoas de todos os cantos do Brasil e do mundo. Essa diversidade étnica e cultural enriquece a cidade e proporciona uma riqueza imensurável de experiências e de conhecimentos.
Leila chamou atenção para o crescimento das desigualdades no DF e cobrou dos governantes a extensão da cobertura social, o desenvolvimento das regiões administrativas e a proteção do meio ambiente.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) definiu Brasília como a cidade de todos os povos. Ela manifestou o seu orgulho de representar o DF no Senado e deu um recado aos brasileiros.
— Apaixone-se por Brasília. É a cidade mais incrível do Brasil. É o lugar mais especial desta nação.
Durante a cerimônia, Izalci entregou certificados de reconhecimento pela contribuição à cultura de Brasília a Nanci Ribeiro, mãe de Cássia Eller; a Maria do Carmo Manfredini, mãe de Renato Russo; e a Rivanilson da Silva Alves, irmão do DJ Jamaika. Também foram agraciados o diretor da Escola de Música de Brasília, Davson de Souza e a diretora do Centro de Ensino Fundamental (CEF) Caseb, Angelita Amarante.
Conquistas democráticas
O presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), José Cruz Macedo, considerou que Brasília representa a capacidade do povo brasileiro e foi lembrada por ele como palco das conquistas democráticas do país.
— É uma cidade grande, com muitos problemas mas também com muitas virtudes. É uma cidade contemporânea, com muita desigualdade mas com uma população vibrante, com muita força.
O conselheiro do Memorial JK André Kubitschek, bisneto de Juscelino Kubitschek fundador de Brasília, lembrou que a construção da capital era a meta-síntese de seu bisavô na presidência da República e constituía a “posse definitiva do território nacional”.
— Juscelino Kubitschek assumiu o compromisso com o povo brasileiro de cumprir o preceito constitucional ainda então vigente durante mil dias, na maior epopeia do século passado: ergueram a mais bela e moderna capital do mundo — celebrou.
O procurador-geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Georges Carlos Fredderico Moreira, chamou atenção para os indicadores sociais positivos da capital, a riqueza da sua diversidade cultural e sua beleza natural e arquitetônica que trazem orgulho aos brasilienses. Já o presidente do Clube dos Pioneiros, Roosevelt Dias Beltrão, destacou a habilidade de Juscelino — a quem enalteceu pela honestidade— na escolha da equipe que construiu Brasília.
No encerramento da sessão especial, Izalci lembrou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro deste ano, afirmando que os parlamentares “não deixarão Brasília pagar pelo que aconteceu” naquele dia. Ele expressou a sua confiança de que a CPMI — a ser instalada na próxima semana— apurará todas as ações e as omissões em torno dos ataques. Ele também pediu ação quanto à segurança das escolas e à valorização dos professores.
— Os nossos jovens estão passando por muitas dificuldades. 78% dos nossos jovens do ensino médio não conseguem entrar em uma universidade e não conseguem ingressar no mercado de trabalho porque não têm qualificação profissional —apontou.
Fonte: Agência Senado