Núcleo de Diversidade, Direitos Humanos e Ações Afirmativas (Nudha) do Centro de Artes, Design e Moda (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), realizou nesta segunda-feira (25), às 17h, o evento em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Aberto a toda comunidade, o evento aconteceu na Arena do Ceart, ou no Hall do Bloco Amarelo, em caso de mal tempo.   

Com o propósito de celebrar a força e a resistência da mulher negra latino-americana e caribenha, a festividade tem como principal objetivo propor práticas culturais, e promover a reflexão do compromisso sociopolítico da temática.

Para a coordenadora do Nudha, professora Debora Pazetto, é muito importante que a universidade esteja atenta a essa data. “Entendemos que esta é uma data fundamental para as mulheres negras, um dia de memorar sua resistência histórica em uma sociedade estruturalmente racista e misógina”, reitera. A coordenadora convida todas as pessoas, especialmente àquelas que não são mulheres ou negras, para que estejam presentes, para escutar, aprender e fortalecer essa luta, junto a estas mulheres. “Esse é um momento importante para refletirmos sobre o papel da mulher negra na sociedade, com esse evento idealizamos uma universidade com mais inclusão de mulheres negras dentro de todos os corpos academicos, pois esse direito também é nosso”, diz Isadora Carlos e Souza, mulher negra e estudante da 7ª fase de Artes Visuais, bolsista do Nudha. 

O evento contou com um show das três cantoras negras de rap Aggy Mc, Mana Moa e Re Moraes. Em seguida aconteceu a palestra sobre a história do Quilombo e o protagonismo da mulher negra, conduzida por Shirlen Vidal, uma das lideres do Quilombo Vidal Martins, localizado no bairro Rio Vermelho, em Florianópolis.  

Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

Instituído em 1992, o dia surgiu para dar visibilidade à luta das mulheres negras contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo. No Brasil, a data homenageia Tereza de Benguela, símbolo de resistência e liderança, ela foi líder do Quilombo do Piolho, localizado na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, atual estado do Mato Grosso.

De acordo com dados do IBGE, mais da metade da população brasileira é negra, porém as mulheres são as que mais enfrentam preconceitos na sociedade. “Enquanto a questão negra não for assumida pela sociedade brasileira como um todo: negros, brancos e nós todos juntos refletirmos, avaliarmos, desenvolvermos uma práxis de conscientização da questão da discriminação racial neste país, vai ser muito difícil no Brasil, chegar ao ponto de efetivamente ser uma democracia racial”, frase de Lélia Gonzalez, pioneira nos estudos sobre a cultura negra no Brasil e cofundadora do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPNC).*

Fonte: Assessoria de Imprensa da Udesc