O governo britânico anunciou nesta terça-feira (12) que o primeiro-ministro, Boris Johnson, e o ministro das Finanças, Rishi Sunak, vão ser multados por terem participado de festas que violaram as regras vigentes durante o confinamento, em meio à pandemia de covid-19.

A notificação foi enviada pela Polícia Metropolitana de Londres.

Até o momento, não há informações sobre detalhes das multas, incluindo o valor, disse porta-voz citado pela BBC.

A Polícia Metropolitana de Londres investiga denúncias de infrações às normas de contenção da covid-19 em 12 festas que ocorreram nos anos de 2020 e 2021 em Whitehall e Downing Street. Já foram aplicadas 50 multas a funcionários do governo britânico.

Alguns desses encontros ocorreram no momento em que a participação em funerais e a visita a hospitais estava limitada devido à pandemia. O escândalo veio a público no fim de 2021 e ficou conhecido na imprensa por “Partygate”. 

O primeiro-ministro britânico garantiu, quando surgiram as denúncias, que todas as regras tinham sido cumpridas, mas acabou por pedir desculpa no Parlamento por ter participado de um dos eventos.

Boris Johnson pediu também desculpa à rainha Elizabeth II por ter participado de outra festa, que ocorreu na véspera do funeral do Duque de Edimburgo, em 16 de abril de 2021.

As autoridades tinham dito que não iriam revelar os nomes dos políticos multados, mas o governo britânico tinha prometido que divulgaria a informação caso Boris Johnson fosse um deles.

Na primeira reação a essas multas, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, exigiu a demissão dos dois governantes do Partido Conservador.

“Boris Johnson e Rishi Sunak infringiram a lei e mentiram repetidamente ao público britânico. Ambos devem se demitir. Os conservadores são totalmente incapazes de governar. O Reino Unido merece melhor”, afirmou o líder trabalhista no Twitter.

Oo líder dos Liberais Democratas, Ed Davey, disse que o Parlamento britânico deve votar moção de censura contra o primeiro-ministro.

“Esse é um governo em crise, a negligenciar um país em crise. O Parlamento deve ser chamado a votar moção de censura contra o primeiro-ministro”, defendeu em tuíte.

Ele considerou que Boris Johnson não pode continuar como premiê. “Nenhum outro líder, em qualquer organização, teria permissão para continuar depois de uma violação da lei nessa escala”.

Por Andreia Martins – Repórter da RTP – Londres