“Em 20 anos de carreira eu já vi muita coisa, mas nada igual a isso. Nunca vi algo tão pesado“. Foi com essa frase que o delegado da Polícia Civil de Pomerode, Antônio Godoi, iniciou a explicação de como foi a prisão de um homem suspeito de estuprar inúmeras crianças, entre elas, três sobrinhas, com idades entre sete e 13 anos.

Além disso, ele também é investigado por produção, distribuição e armazenamento de mídias envolvendo sexo explícito ou pornografia com crianças, e corrupção de menores.

A prisão preventiva ocorreu nesta sexta-feira, 25, após autorização da Justiça. Porém, as investigações iniciaram na semana passada, quando o homem foi detido após ser denunciado por tentativa de sequestro de outra criança, no Centro de Pomerode, cidade do Médio Vale do Itajaí.

O delegado conta que naquela oportunidade, quando puxaram o histórico do suspeito e viram as acusações e prisões por estupro de crianças, é que veio a atenção maior.

“Até então era um caso até fraco, porque não tinham muitas provas, era o relato de uma menina dizendo que um homem estava tentando convencer ela a ir com ele para um lugar. Mas quando vimos o histórico, somado a essa situação, percebemos que não podíamos deixar ele livre“, explicou Godoi.

Diante disso, ele apreendeu o celular do suspeito e solicitou à Justiça a liberação para acessar os dados. Nesse meio tempo, como a prisão em flagrante foi considerada como tentativa de sequestro para ato libidinoso e sem muitas provas, o homem foi liberado com tornozeleira eletrônica.

Quando houve a liberação da Justiça, o celular foi enviado para a perícia, que então encontrou diversos vídeos, imagens e comprovações de estupros cometidos pelo homem, além de vários compartilhamentos de outros casos envolvendo crianças.

Eu só consegui dormir hoje porque que prendemos ele. Nas outras noites praticamente não consegui, de tão fortes que eram essas imagens. Nunca vi algo tão explícito, forte e pesado quanto aquilo”, relata o delegado.

Com a perícia completa, a polícia solicitou à prisão preventiva do suspeito, alegando que mesmo com os processos anteriores em andamento, comprovadamente ele não havia parado de cometer os crimes e iria continuar caso estivesse solto.

A Justiça concedeu a autorização e, sabendo que estava em casa devido a tornozeleira eletrônica, ele foi preso e levado ao Presídio Regional de Blumenau. Na residência, a polícia também encontrou balas, bonecas e um caderno com anotações, nomes e códigos que podem ser links de páginas para compartilhamento de conteúdos de pornografia infantil.

“Nós ficamos mais aliviados dele não estar na rua, porque se não poderia estar cometendo mais crimes. Mas seguimos nas investigações, porque, desde os processos até o caso atual, tem um buraco no tempo, e nós suspeitamos que ele não tenha parado nesse meio tempo, só não foi denunciado ou descoberto ainda“, afirmou Godoi.

Com informações de O Município/Brusque